Resenha – Blink

Por Time Lady
Como prometido (e até um pouco atrasada), venho com mais uma resenha.

Don't Blink, Sally Sparrow

 

Desta vez falarei sobre um episódio queridinho de todos, não conheço um Whovian sequer que não goste de Blink.

 

Não sou exceção, adoro o episódio, tanto que cheguei a decorar o diálogo entre Sally Sparrow e o Doctor.

*** Contém Spoilers ***

Blink é um episódio único, é uma estória de Doctor Who que gira em torno de uma personagem que não conhece, a princípio, o Doctor.

 

Temos também o aparecimento de um monstro novo, na minha opinião, os Weeping Angels tem peso equivalente aos Cibermen ou talvez os Daleks, eles vieram para ficar na história da série.

 

Moffat foi muito feliz neste episódio mostrando o que faz de melhor, que é trabalhar com o medo irracional das pessoas, transformar algo totalmente inofensivo como uma brincadeira infantil de estátua em um monstro aterrorizante, que rouba todos os anos que um ser humano possa ter pela frente.

 

A direção do episódio foi impecável, o trabalho com as sombras em Western Drumlins, cria um clima de suspense que faz qualquer espectador praticamente parar de piscar, ávido para saber o que está por vir.

 

Adoro a forma como os anjos são mostrados, os cortes bruscos que indicam o movimento das estátuas as deixam mais aterrorizantes e também nos remete ao próprio título do episódio, em um momento vemos uma triste estátua, num piscar de olhos, elas mostram sua verdadeira natureza expressa naquelas presas e garras.

 

Em Blink, o conceito viagem no tempo é muito bem explorado, são vários pequenos elementos que, à princípio não parecem fazer sentido, mas juntos nos levam ao desfecho da estória.

 

Temos os DVDs com os easter eggs, a profissão de Billy Shipton, as anotações que Larry faz do que parece ser um papo de maluco que o Doctor leva com quem está assistindo aos DVDs.

 

Todos estes elementos são como um quebra cabeças que ao final do episódio fazem sentido e nos ajudam a entender toda a estória, quando Sally Sparrow finalmente se encontra com o Doctor pessoalmente.

 

Gosto de ver como, Sally Sparrow, com os elementos à que tem acesso, consegue desvendar todo o mistério e nos apresenta ao monstro mais icônico da série atual.

 

Ela não usa nada muito tecnológico, nem elementos de outro mundo, a garota possui apenas um aparelho de DVD, papel, a ajuda de Larry e sua curiosidade, é uma ideia simples e eficiente.

 

Com o Doctor e Martha presos em 1969, vemos em Sally, uma companion de um episódio só (uma pena!), a garota é tudo o que queremos em uma companheira de viagem para o Doctor, é sensível, curiosa, inteligente e muito corajosa.

 

A atriz fez um ótimo trabalho e nos emociona ao ler a carta póstuma de sua amiga e quando ela diz adeus à Billy no hospital.

 

O bom trabalho de Carey Mulligan, aliado ao script inteligente faz de Sally Sparrow uma personagem que eu não me canso de ver.

 

Ela é inteligente sem ser convencida, me lembra até Sarah Jane, uma companion que adoro e que fará muita falta no especial de 50 anos.

 

Também gosto da evolução do relacionamento dela com Larry, o típico geek com suas teorias e anotações sobre os easter eggs dos DVDs.

 

Outro personagem que merece atenção é Billy Shipton, que aparece em “duas versões”, o conquistador que faz de tudo para tomar um drink com Sally e o senhor à beira da morte que leva nossa personagem principal ao desfecho da estória.

 

Há muita emoção na última cena entre Billy e Sally, Moffat sabe fazer suspense, mas também sabe nos fazer chorar como ninguém, ele traz certas emoções sem ser piegas e sem arrastar toda a estória à uma tristeza sem fim, gosto disso, é tudo na medida certa em Blink.

 

Desde a breve visita de Malcolm (neto de Kathy), que a princípio pensei ser um doido ou algo mais assustador que tivesse relação com os anjos, mas que na verdade vem só para trazer a carta de sua avó à Sally até a grande virada na estória quando pensamos que Kathy seria uma das personagens principais e ela finalmente desaparece, se tornando parte do mistério, Blink é tudo o que esperamos de um episódio de Doctor Who,

 

O roteiro é ótimo, a direção foi impecável, bem como a trilha sonora assustadora.

 

É o primeiro episódio da série atual em que o Doctor e sua companion não são personagens principais, mas creio que isto seja só mais um elemento que faz com que ele seja tão fantástico e bem feito, em 45 minutos, vemos, pelos olhos de Sally Sparrow, o que é Doctor Who.

 

O episódio, além de ser um dos melhores da série atual, na minha opinião, levou um Hugo e consagrou Moffat como queridinho dos Whovians (ao menos na época em que foi lançado…).

 

PS.: Não posso me esquecer de mencionar o texto de onde o escritor tirou a ideia do episódio: “What I did on my Christmas holidays”, by Sally Sparrow, de autoria de Moffat, publicado no Doctor Who Anual de 2006.

 

Ele é bem menos aterrorizante que Blink e mostra uma Sally Sparrow bem mais nova e inocente, mas vale a pena ser lido ;-).

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