49 anos de Doctor Who!

Era ano de copa. 2006, para ser mais exata. Eu não tinha nada além de 12 anos, mas bravamente fui até Londres, com  a minha irmã, para visitar a minha tia, que morava lá. Foi o verão mais quente da história de Londres, mas isso não me impediu de ter uma das férias mais maravilhosas que já tive.

Bem, isso não. Mas eu fiquei doente, o que fez com que eu ficasse 3 dias de cama, sem comer muita comida diferente. E durante esse tempo, conheci um dos 3 amores da minha vida.

Eu sabia falar inglês. Não tanto quanto sei agora, mas sabia. Naquele momento de dorezinhas e raiva por não poder sair, tive a TV como minha aliada. Zapeando pelos canais, me deparei com uma série sem pé nem cabeça, mas que pareceu divertida. Vendo o ator principal, com seu casaco compridão, correndo para um lado e para o outro, com uma menina loira, não fazia muito sentido para mim. Mas era o que tinha para ver.

Durante esses 3 dias de cama, fui sugada para dentro desse universo e de lá nunca mais saí. Nesse curto período de tempo, dei meus passos para se tornar algo que tenho muito orgulho: uma whovian.

Com um pouco de pesquisa, vi que tinha começado a ver a série de ficção científica que mais durou na história. Tentei entender a lógica das regenerações, da tardis (queémaiorpordentroemenorporfora: uaaaaal), a função das companions, como que ele podia ter dois corações, como o papel psiquico funcionava, e outras diversas coisas que pareciam maluquice.

Depois de 2 meses, quando estava voltando, percebi que junto com toda a magia de Londres, teria que deixar meu Doctor para trás. Foi uma dorzinha que eu não sabia como evitar. Era a primeira série que tinha me apaixonado, representava a Inglaterra para mim. Mesmo esperando ganhar a série quando saísse em DVD, eu fiquei tristinha.

Não sei ao certo quanto tempo depois, enquanto zapeava pelos canais do Brasil, vi a Rose na TV. Achei que era outro filme que a Billie Piper tinha feito… Mas não. Era Doctor Who, passando na People + Arts, um canal muito bom que foi instinto. Anotei o horário e de lá consegui continuar com meu relacionamento lindo!

 

Anos vão e anos vem, Doctor Who continua na minha vida. São 6 anos de companheirismo, isso para mim. Algum tempo depois, fui descobrir que a minha vó assistia Doctor Who. Quando pedi para que ela trouxesse de Londres uma Tardis, ela me olhou e disse: “mas… Doctor Who não é aquele seriado muito velho com aquele cara meio ‘doidinho?’ Eu via isso quando era jovem.” Me emocionei ao saber que meu amor pelo Doctor era de família. (Será que minha avó foi companion dele? Porque… É uma explicação válida)

Nesses 6 anos, Doctor me ensinou muitas coisas. Como ser amiga, como combater o mal, frases de efeito maravilhosas (“Don’t blink”, “Allons-y”, “Bow ties are cool”, “I’m sorry, I’m so sorry”, “Fantastic!”, “Trust me, I’m the Doctor), me ensinou superar meus medos (Blink, The Empty Child, Night Terrors, The God Complex), como ser corajosa, e entre outras coisas que fazem parte da minha personalidade hoje em dia. (Culpe o Doctor).

Chorei a cada despedida de companion, chorei na morte do K-9, chorei muito quando Sara Jane morreu, e chorei muito quando cada ator dava seu adeus. Acima de tudo, a série me ensinou que a vida é cíclica, que depois de um tempo, tudo tem que se regenerar. É um ciclo comum, companheiros vem e vão, e não posso me prender muito em uma pessoa (principalmente se ela for um ator de uma série), ou vou acabar sofrendo demais. Se bem que isso só aprendi na teoria, porque ainda fico muito triste quando alguém saí da série.

 

Brincadeiras a parte, ano que vem nossa série maravilhosa completará 50 anos de existência, yey! São 50 anos de histórias que moveram gerações. Só faço parte de mais de 10% dela. Se ela já mudou esse tanto na minha vida, imagina o que ela fez com a geração que faz parte da maioria dela?

Ano que vem, vai ser um ano repleto de surpresas e homenagens para o Doctor e para nós, whovians! Eu desejo que a série continue sendo maravilhosamente bem executada, agregando cada vez mais expectadores. Parabéns para o Doctor!

Agradecimentos especiais para a equipe toda do site! Que dividem comigo essa paixão gigantesca. Tenho orgulho de fazer parte desse projeto maravilhoso. E também a todas as pessoas que são obrigadas a me escutar falando de Doctor Who e cantando a música de abertura. E um agradecimento há todos que começaram a ver a série por minha causa! Obrigada por terem dado essa chance à algo que começou com efeitos especiais tão feios!

 

Que venha o cinquentenário e que seja só o primeiro de muitos! Allons-y!

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