Entrevista com Karen Gillan

Há algum tempo atrás o  io9 publicou essa entrevista com a intérprete de Amy Pond nessa temporada, aonde ela discute a posicão da Amy nessa temporada, seu relacionamento como Doutor e com a River Song, e alguns spoilers para “Amy’s Choice”, devidadamente sinalizados, no final do post. Então antes tarde do que nunca, segue a tradução.

Depois que o Doutor desaparece tão constantemente da vida da Amy, ela consegue aprender a confiar nele?

Eu acho que ela quer, com todas as suas forças- e ela está tentando- mas alguma coisa dentro dela diz “não.”

Então é um relacionamento mais dividido.

É, Não é uma coisa fácil para o Doutor por que de maneira nenhuma a Amy é uma moça feliz. Quando nós a encontramos no primeiro episódio, já adulta ela completamente não confia nele, mas ao mesmo tempo, ela é um pouco doida como ele. Então os dois juntos é um time estranho.

O Doutor fez formou vários aspectos da personalidade da Amy, ele é uma espécie de figura mítica para ela?

É, ele quase se torna esse mito, e eu acho que isso realmente afeta ela, que só ela viu esse homem. E ela sabe que ele é real, mas ninguém mais acredita, e eu acho que isso pode ser bem prejudicial, psicologicamente falando. Ela é complexa dessa maneira, e acha difícil aceitar que ele é real depois de tanto tempo, eu acho.

A companion é tradicionalmente com quem os espectadores se identificam. Você acha difícil ter que ser milhões de pessoas ao mesmo tempo?

Essa é uma maneira bem assustadora de colocar a situação! É, de certa forma ela é os olhos espectadores na série, nós assistios através do seu ponto de vista e por ela ser humana, nós podemos nos identificar com ela. Mas para ser honesta, esse é um aspecto muito pequeno dela. De certa forma, essa temporada é a história dela e muita coisa vai acontecendo no caminho. E como ela é afetada pelo Doutor, esse viajante do tempo, estando na vida dela, é a coisa mais interessante da personagem. Então é uma tremenda jornada pra ela.

Nessa temporada você encontra a River Song. Vocês vão ser rivais?

Eu não quero estragar nada, por que são dois episódios brilhantes, quando ela volta, e os Anjos Chorões também estão nele. Mas eu vou dizer que a Amy é… Eu acho que pelo que aprendemos no primeiro episódio, ela não gosta de ser propriedade de ninguém — talvez não do Rory, por exemplo, então não acho que ela projetaria esse senso de posse outras pessoas, como o Doutor. Então eu não acho que ela terá ciúmes do relacionamento da River Song com o Doutor.

A Amy vem de uma cidade fictícia , Leadworth, que muito deliberadamente não é um lugar real. Deveria ser como uma vila de conto de fadas? Como você acha que deve ser a vida lá?

Eu não sei exatamente por que “Leadworth”. Mas eu acho que o Steven [Moffat] queria algo tipicamente britânico. Nós tínhamos nos acostumados demais com Londres nas últimas temporadas. Então outra coisa tão prototípica assim é uma pequena vila inglesa. Então é bem novo. E também todo o clima da temporada é bem conto-de-fadas, então parece servir perfeitamente que ela tenha vindo dessa pequena vila inglesa fofa.

Então tem muito emprego para as beijogramas numa vila inglesa como essa? Quanto trabalho você teria, de verdade?

Bem, aparentemente ela é uma moça trabalhadora! Então eu diria que há uma demanda surpreendente em Leadworth, talvez.  Eu acho que o que é interessante quanto a Leadworth ser tão tradicionalmente britânica, é que ela é uma garota escocesa, então ela é um alien como o Doutor.

O que você acha das pessoas que reclamam da Amy ser sexy demais?

Eu não sei. Já tivemos várias companions consideradas sexy e eu não acho que seja nada de novo. Quanto ao comprimento da saia “policial” dela e etc, é tudo parte da história. E também, eu posso sair na rua e ver gente usando coisas bem mais reveladoras do que aquilo. Então eu realmente não vejo motivo para isso tudo.

Aparentemente a maioria das companions anteriores, como a Donna ou a Rose, em algum momento se tornaram super-poderosas. Quase como se elas fossem super-heroínas, e a história de origem delas é com o Doutor. Você imagina isso acontecendo com a Amy?

Oh, eu não sei. Eu acho que ela definitivamente muda muito, muito, muito ao longo da temporada. Eu não sei. Seria bem divertido, né? Quer dizer, eu gosto dela. Eu gosto do relacionamento entre o Doctor e a Amy, e sempre me assusta pensar que isso pode acabar, que é o que geralmente acontece quando elas se tornam super-heroínas. De repente a memória dela é apagada ou algo do gênero.

Foi muito injusto, o que aconteceu com a Donna.

Oh, tragédia absoluta.

Você espera voltar para mais uma temporada?

Eu voltaria… Certamente não diria não.

Você pode falar um pouco sobre o humor? Como você traz o humor para essas situações bizarras, conseguindo manter a naturalidade? Por que esse humor ótimo tem sido uma das grandes marcas dessa temporada.

Eu acho que eles são um time de qualquer forma, e eles só tentam lidar com as situações em que se encontram, eu já acho isso engraçado por si só. E claro, Steven Moffat é um escritor muito engraçado, e ele já escreveu muitas comédias ótimas antes disso, então há várias boas sacadas na série. Mas o mais importante é que nós não tentemos deixar engraçado, por que aí pode ficar um pouco pastelão. Então eu considero que interpretar a verdade da situação, que é completamente absurda e bizarra, já é, por si só, bem engraçado.

Em “The Beast Below,” Amy escolhe esquecer, o Doutor fica bem bravo com ela e eles tem sua primeira briga. Aparentemente o Doutor tem toda a superioridade. Ele pode manda-la para casa, ele pode “demiti-la”. Vai ser essa a dinâmica de poder vai ser essa o tempo inteiro?

Eu acho que não. Varia bastante. É um relacionamento meio montanha russa e o status dele meio que muda o tempo todo, o que acredito você vai conseguir observar ao longo da temporada. Mas é interessante já vermos no primeiro conflito uma situação em que ele ameaça deixá-la em casa.

Nós vamos ver mais do porque a Amy está apaixonada com seu noivo Rory? A nossa impressão é que até agora os sentimentos que vimos foi só uma trepidação e ela não tendo tanta certeza se quer se casar.

Eu acho que ela está num lugar estranho… Ela se importa com ele, mas precisa fazer muito mais coisa com a vida dela antes de se acomodar em Leadworth. Eu não quero estragar nada, por que é tudo spoiler. Eu acho que eles tem um relacionamento muito interessante. A Amy, ela é meio… Eu acho que há amor ali, mas está bem escondido.

A Amy é alguém com uma dificuldade de se apegar as pessoas?

Ela não confia muito em ninguém. Ela sempre espera o pior e é bem cética, quer dizer, mesmo da primeira vez que a gente a conhece ela já esta meio abandonada. Ela é essa alma perdida…

[Spoilers para “Amy´s Choice”]

Da primeira vez que encontramos a Amy ela ainda é uma menina. Mas a Amy crescida também envelhece dois anos durante “The Eleventh Hour” e nós já ouvimos falar que você vai interpretar uma versão dela cinco anos mais velha Como é interpretar a mesma personagem em idades diferentes?

É interessante por que encontramos ela em fases diferentes da vida. Da primeira vez que a vemos, obviamente não sou eu que a interpreta. Mas vemos uma garotinha que aceita tudo, dizendo “Ok, certo, você é um viajante do tempo, ok”. E quando encontramos ela mais velha, por vários motivos, ela é bem cética e espera o pior de todos. Então por conta das idades vemos diferentes aspectos dela e de como o Doutor a afetou.

O Radio Times mencionou, na sua lista de episódios, que Amy aparecerá grávida em “Amy’s Choice”. Como foi a experiência?

Isso já é mais pro final da temporada. Mas eu tenho que dizer, foi muito divertido. Foi brilhante e é engraçado o quanto esse tipo de coisa pode te afetar. É interessante.

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