Review: Into The Dalek

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“Clara, be my pal and tell me… Am I a good man?”

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 Essa poderia ser uma das melhores histórias de Daleks,mas porque não me empolgou?

Nunca fui muito fã de histórias de Dalek da moderna (de tanto ver Dalek em finales da era Tennant,acho que me cansou)e o fator que poucos episódios pós debut de um Doctor na moderna são bons (Só The End of the World [01.02] empolga mais que o Rose [01.01]).Mas, a ideia central do episódio deixaria Terry Nation orgulhoso!

 

É um episódio que nos faz refletir sobre o bom e o mal, ou o Doctor e o Dalek. Até quando seus atos podem se contradizer e o “bom” ficar “mal” e o “mal” ficar “bom.Enquanto somos introduzidos a Journey, temos uma noção de como vai ser a relação do Doctor com Danny,já que o fator soldado veio a tona. Vemos um Doctor mais inseguro que em Deep Breath (a questão agora é “se eu sou um bom homem”,ao invés de “você consegue me ver,me enxergar?” do episódio anterior),tanto que Clara se surpreende ao ouvir a pergunta percebendo que ele precisa de ajuda dela, podemos dizer que ela é uma parte do “dicernimento” do Doctor,e por mais que ela o conheça, não sabe por completo (ninguém sabe por completo).

into the dalek sequencia

Um Dalek com defeito, um Time Lord inseguro: A mistura perfeita.

O Doc antes de entrar,sente medo. Ao entrar, muda completamente de humor,debochando e olhando com interesse a estrutura,como se fosse esconder suas inseguranças e incertezas.

No córtex,aprendemos que os Daleks tem dispositivos eletrônicos que inibem sentimentos como compaixão.Na parte dos anticorpos,vemos que esse sarcasmo e piadas se transforma em puro desespero (Diga-me: É normal você poder morrer a qualquer momento dentro,literalmente dentro do seu maior inimigo?).Nesse meio tempo vemos a primeira morte do episódio,cuja reação do Doc é fria e justifica “Ele já estava morto. Eu nos salvei”,então o valor da vida para o 12th é quase descartável e que temos que seguir em frente(aí nessa linha de pensamento de “vida como algo simples,sem tanto valor como antigamente” que poderia entrar a Missy na vida do Doctor??).

No Descarte de lixo orgânico, enquanto todos gritam preocupados, ele começa a rir descontroladamente,como se fosse uma montanha russa. (Uma cena que fiquei repetindo várias e várias vezes pois achei ela muito engraçada).

“- Good question, Rusty? What changed you?

– I saw beauty.

-You saw what?

– In the silence and the cold. I saw worlds burning.

– That’s not beauty. It’s destruction.”

E  dúvidas aparecem: Como um Dalek pode mudar ao ver o nascimento de uma estrela? Até que ponto podemos dizer que foi real essa mudança de comportamento?? E se há mesmo a possibilidade de existir um Bom Dalek??

Temos a reviravolta…

No final,foi só como uma doença… O Dalek só tinha um defeito…. Vemos uma reação do tipo “É,eu tentei,mas sabemos que não ia dar certo” do Doctor,sugerindo que ele não é um homem esperançoso e otimista agora. O tapa que ele recebe de Clara (Sim, foi um bom tapa)  foi para ele acordar, para cair na real. É verdade que Daleks eram maus,mas como é visto que o oposto pode ocorrer,então podem reverter.

Aí que vemos o verdadeiro Doctor,sem medo,sem estar inseguro!

(Nesse meio tempo vemos a segunda morte do episódio, e vemos a Missy pela segunda vez…. Agora gera a dúvida se ela é aliada do Doctor ou Vilã? Ou meio termo?)

Consciência pode mudar, mas lembranças e sensações não.

Memórias,simples memórias do nascimento do universo.E duas mentes se juntam. (Acho que ninguém teve essa ideia do Doctor entrar na mente de um Dalek… Well done, Moffat!). Agora, não temos Into The Dalek, temos por alguns momentos Into The Doctor.

E finaliza com um Dalek que odeia,que quer exterminar Daleks….

Aí o jogo vira novamente.

 

Na Coal Hill School,somos apresentados a Danny Pink, professor de matemática e futuro interesse romântico de Clara. Um personagem que foi muito bem apresentado, simples,sem precisar de algo mais complexo para simpatizarmos com ele,e nos primeiros cinco minutos do personagem já temos noção de seu background,de um jeito bem implícito e sem forçar demais o personagem.

Destaque para a brilhante atuação de Peter Capaldi,dando complexidade a seu Doctor em pequenos detalhes, e a Nicholas Briggs, por sua ótima interpretação do Rusty (Já podemos fazer campanha para ele escrever um episódio de DW??).

Into The Dalek é uma história para um arco de dois episódios (É que nem Asylum of The Daleks. Ideia boa,mas correu muito rápida impedindo de deixá-la mais completa e abrangente),Entretanto ficou boa em um episódio de 45 minutos, e entrou como o segundo melhor episódio de Dalek (só perdendo para Genesis of the Daleks) na minha opinião.

 

– Considerações e Referências –vlcsnap-2014-09-03-19h29m14s20

* No começo do episódio, quando vemos o Comandante Blue falando com o Doctor, ele fala de duplicatas, isso é referência direta ao arco “Ressurection of the Daleks”, protagonizado pelo 5º Doctor.

* Rusty faz referência a frase “Resistance is futile”, frase famosa pelos Vogons no Guia do Mochileiro das Galáxias, e pelos Borgs em Star Trek.

 * Na Coal Hill School, quando Danny conversa com Clara pela primeira vez,vemos um cartaz escrito “Break the Silence”, cartaz que também apareceu em Let’s Kill Hitler (06.08).

 danny cartaz

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 *Enquanto temos a secretária tentando conversar com Danny,vemos três fotos nas paredes do fundo: As pirâmides, A Torre Eiffel e a Muralha da China, provavelmente fazendo referência a Pyramids of Mars, City of Death e Talons of Weing Chiang (arcos protagonizados pelo 4º Doctor).

 

 

 

 

* E a menina que aparece no final da mesma cena, é a mesma que aparece nos flashbacks de Clara em “Deep Breath”?? 

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* E quando o Doctor está conversando com Rusty, ele fala da primeira vez que vai a Skaro, referência ao arco “The Daleks”.

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