Entrevista com a Alex Kingston do Doctor Who Brilliant Book 2012.

Parecer glamurosa ao disparar uma arma é fácil, Alex? 

Não. [Ri] É bem divertido, mas às vezes eu tenho que respirar fundo e falar, “Ok, Alex, você consegue.” Com toda certeza eu amo correr com uma arma, e eu tenho entradas e saídas espetaculares como River, pulando de prédios e coisas assim. Eu sou saudável e em forma, e enquanto eu estiver assim eu posso lidar com isso.

Como é flertar com o Doctor?

Isso meio que começou com o Doctor do David Tennant. Estava no script [do episódio de 2008 Silence in the Library] mas o Doctor do David não flertava de volta. Ele estava bem perturbado e mexido por essa mulher entrar na sua vida, já que não tinha a mínima idéia de quem ela era mas ela obviamente sabia muito sobre ele. Isso aparentemente o desanimou. Enquanto com o Doctor do Matt… bem, não é só com a River – o Doctor do Matt flertaria com qualquer um. Isso é parte da personalidade do Matt. Ele é particularmente radiante. Steven Moffat tem gostado bastante de desenvolver esse lado do Doctor, que nunca foi explorado antes. É quase como que se o Doctor; com – quantos anos ele tem? 950 anos? – chegasse na puberdade. Steven toma bastante cuidado com o nível dos flertes.

Nada muito safado para crianças?

Exatamente. A coisa genial de Doctor Who – e seu modo de escrita – é que ele satisfaz todas as gerações que estão assistindo. Mas o nível da relação do Doctor e da River é provavelmente um pouco sofisticado demais para a audiência mais nova. Um pouco das brincadeiras podem ir além do permitido, mas os pais e as crianças gostam do programa. Os menores estão focados nos aliens.

Mas os menores que assistem parecem gostar bastante da River, também.

Sim, e eu venho achado isso bem recompensador. Garotinhas vêm até mim e falam, ‘Eu tenho você na minha parede,’ o que eu acho fantástico! Eu nunca, jamais pensei que eu pudesse estar lá com o Doctor e a Amy. Mas as crianças não se importam com a idade. Eles só assimilam o que vêem. Há definitivamente algo sombrio relacionado a River que eu achei que as crianças poderiam ficar desconfiadas, porque normalmente todas elas vão proteger o Doctor. Se há o potêncial de alguém machucar o Doctor, eu sempre pensei, ‘Bem, elas não iriam gostar daquele personagem.’ Mas isso não aconteceu. E os beijos? Eu acho que é uma grande coisa. Nós tivemos o momento em que ela dá seu último beijo, então tudo que nós fazemos agora é o passado dela, o que significa que o Doctor e ela deveriam se conhecer melhor… ah, é tão complicado de entender! Argh! Por isso eu deveria, em teoria, estar beijando o Doctor muito mais agora, mas eu acho que não posso, para o bem do programa.

Pouquíssimas pessoas conseguiram beijar o Doctor.

Eu sei. É um belo privilégio, não é?

Você se lembra de assistir o Patrick Troughton como Doctor nos anos sessenta?

Sim.

E quando você está beijando o Matt Smith, você já pesou, ‘Esse é, essencialmente, o mesmo homem’?

[Ri] Bem, não, porque eu nunca conheci aqueles Doctors. São os que a gente ainda não conheceu que a River sabe sobre. É complicado.

Nessa temporada, River teve sua própria regeneração.

Sim! Enquanto o Hitler estava trancado no armário! Eu tive que ficar de pé do lado da câmera, a Mels começou a se regenerar e então ela congelou e eu tinha que ficar atrás dela e, basicamente, imitar a exata pose em que ela estava, e daí assumir o controle. Eu não sei como eles fazem, é uma tecnologica fabulosa e enganadora, mas então ela se se transformou em mim. Sem tela verde ou algo assim. Foi o bom e velho efeito especial.

Foi esse o único dia que você e a Nina Toussaint-White, que interpreta a Mels, estiveram juntas no set?

Sim, e ela tinha escolhido sua roupa. Isso foi a coisa mais importante pra mim. ‘Oh meu deus, eu espero que ela tenha escolhido uma roupa que caiba em mim!’ Mas tudo ocorreu bem. De certa forma, entretanto, ela ainda não é a River Song; ela é a Melody Pond. Podem ter elementos da River na Melody, uma certa audácia ou algo assim, mas na verdade isso é cristalizado na regeneração e na transformação para River Song.

Quando você descobriu a verdadeira identidade da River Song?

Bem, ela nunca seria a esposa do Doctor ou sua mãe. Isso é fácil demais para o Steven…

Embora habilmente ela tenha sido meio que sua esposa no final…

Mas ela é? [Sorri] Porque em teoria ela casou com o Tesselecta. Eu totalmente posso dizer, com minha mão no meu coração, ‘Eu casei com o Doctor’… mas o Doctor casou comigo? Será que um dia o Doctor irá casa? Quando ele fala, ‘Eu estou prestes a sussurrar algo no seu ouvido’, automaticamente você pensa, ‘É o que ela sussurra para ele em Silence In The Library, quando ele é o David Tennant. Ela sabe o nome dele. Ela sabe a coisa secreta.’ Claro, não é isso que ele sussurra, então quando isso acontece?

Nós um dia descobriremos?

Quem sabe o que está guardado para a River e o Doctor?

Você sabe?

Tudo o que eu posso dizer é, ‘Spoilers.’

Steven te deu o bordão perfeito, não?

Não é ótimo? Eu mal posso acreditar que eu tenho um bordão. Bem, dois, se você incluir ‘Hello, sweetie’. É inacreditável. Eu sou como Bruce Forsythe! E vou falar que eu tenho um pressentimento – eu espero – que a River estará de volta. Mas é tudo o que eu posso dizer. A primeira vez que eu fiz o papel de River Song eu pensei que era um arco de dois episódios, e que isso ia ser o começo e final de uma mulher que tinha segredos e era bem enigmática. Eu pensei, ‘Essa é a tragédia dessa história – um relacionamento que nunca poderia ser explorado porque ela morreu.’ Então ao retornar – os episódios com os Weeping Angels, eu certamente não sabia sua verdadeira identidade naqueles episódios. Havia todo tipo de rumores rolando e pessoas dizendo, ‘Ela é o Doctor? Ela é a esposa do Doctor?’ Foi um pouco antes de irmos pra Utah para filmar The Impossible Astronaut que Steven sentou-se comigo e me deu um pouco mais de informações. Eu tive que prometer que não contaria pra ninguém.

Você não contou para sua filha?

Não, nem mesmo para Salome.

Ela estava te importunando para você contá-la?

Sim, o tempo todo. Mas eu não contei. Tudo o que eu podia dizer era, ‘Espere para ver.’ Eu acho que ela ficou bem surpresa.

Como ela se sente em relação à mãe dela ser a River Song?

Ela gosta bastante. Ela assiste o programa na BBC America, e eles fizeram um trabalho fantástico promovendo essa última temporada. De repente começaram a ter tantos fãs nos Estados Unidos, e muitos deles eram crianças. Eu sempre senti que Doctor Who era considerado mais um programa adulto de sci-fi nos States, diferente de um programa de família, mas minha filha está voltando da escola dizendo, ‘Todas as crianças estão assistindo,’ então isso me deixa feliz. Os Estados Unidos estão precisando disso. Aqui estão faltando programas para criança.

Como a dinâmica entre você, Karen Gillan e Arthur Darvill mudou depois que eles descobriram quem a River Song realmente é?

Nós todos gostamos bastante. Agora nós podemos nos abraçar e eu posso dizer, ‘Oi, mãe!’ Mas eu não acho que algo tenha mudado tanto. Steven diz que quando nós estávamos fazendo aqueles shoots de noite na Floresta do Deão para a temporada passada, filmando com os Weeping Angels, ele percebeu um carinho da River pela Amy quando ela não podia abrir os olhos. River era muito mais atenciosa com ela do que o Doctor era. Eu não sei se foi aquilo que plantou a semente na cabeça do Steven, mas é possível de acreditar, se você olhar nos episódios passados, que a River sabia que Amy era sua mãe, mas não podia falar para ela.

As reações das pessoas com você mudaram agora que eles sabem quem a River realmente é?

É tudo muito positivo – pessoas dizendo, ‘Eu nunca imaginei que isso fosse acontecer,’ e ‘Que ótimo que estamos sabendo mais sobre a River,’ Eu estou contente. Eu estava um pouco nervosa em relação às reações, mas eu acho que, por fim, os fãs de Doctor Who estão sempre preparados para o inesperado. Quer dizer, essa é a beleza do programa.

(fonte)

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