Doctors da Clássica
1º Doctor
Inicialmente uma figura pedante, desconfiada e que possuía um tom de superioridade, esta encarnação foi “amolecendo” com o tempo. Se no começo este Doctor arrisa a vida de seus companheiros para explorar o desconhecido, outrora mesmo que às vezes fosse sarcástico perante a ignorância alheia. Nele vemos traços de certa forma infantis, ao mesmo tempo que o começo de uma figura que busca a justiça a qualquer custo. Se tornava sempre uma figura protetora quando acompanhado de jovens garotas, pois essas lhe recordavam sua neta e primeira companheira de viagens, Susan Foreman.
2º Doctor
Uma total mudança de personalidade: da figura de um avô para a de seu tio favorito. Caloroso, palhaço e trapalhão, este Doctor escondia sua imensa sagacidade, para que o subestimassem e assim, ele pudesse dar cabo aos seus planos. Por trás desta aparência displicente, sempre havia um raciocínio meticuloso nas ações deste Doctor. Ele era impiedoso com seus inimigos recorrentes, como os Cybermen. Sempre levava consigo uma flauta, que tocava ocasionalmente, e um diário de 500 anos no qual registrava suas aventuras. Durante quase toda esta encarnação, viajou com o escocês Jamie McCrimmon, fiel companheiro do século XIX.
3º Doctor
Diferentemente de seus predecessores, este Doctor é um homem de ação e quando necessário, utilizava de suas habilidades em Aikido Venusiano. Ele permaneceu exilado na Terra durante boa parte de sua existência e, trabalhando para a UNIT, tinha o hábito de empregar sua mente brilhante em invenções, dentre as quais, seu querido carro, Bessie. Esta encarnação era mais “cavalheiresca” e, de certa forma, oposta ao segundo Doctor, o que acarreta desentendimentos entre os Doctors quando as duas encarnações do personagem se encontram. Inicialmente, o terceiro Doctor teve Liz Shaw como assistente, depois passou a se aventurar com sua companheira mais querida, Jo Grant, e perto de seu fim, levou Sarah Jane Smith à TARDIS.
4º Doctor
Uma figura excêntrica, distinto de sua própria raça e nenhuma característica “humana” em si. Bem humorado, engraçado, este Doctor tinha uma personalidade mais jovem que a de seus predecessores. Em contraste com seu “ser” anterior, este não suportava trabalhar para a UNIT, e por isso, após ter o exílio encerado, manteve-se viajando quase que constantemente, ajudando a organização em poucas ocasiões. Um amante da paz, podia se tornar uma figura violenta e agressiva quando fosse necessário, sendo completamente oposto à ideia de figuras autoritárias em qualquer aspecto. É muito difícil vê-lo sem seu cachecol, em contrapartida, sempre está a oferecer “jelly babies” a todos. As companheiras que marcam sua existência são aquela que lhe viu regenerar, Sarah Jane Smith; a selvagem Leela e a Time Lady Romana.
5º Doctor
Após uma regeneração difícil que por pouco não falhou, o Quinto Doctor se revelou como a encarnação mais humana e vulnerável do Doctor, abrindo-se mais com as suas companheiras e sendo extremamente contra violência desnecessária. Adorava cricket e usava um talo de aipo na lapela. Ao contrário de encarnações passadas, ele tratava todas suas companheiras como partes de um time, e não como meras ajudantes. Era menos pretensioso e egoísta, preferia resolver os problemas usando comunicação; e não gostava de usar sua vasta experiência como uma desculpa para liderar todas as situações. Viajou com três companheiros, Adric, Tegan e Nyssa, sendo a última a mais importante durante esse período.
6º Doctor
Em contraste com sua última encarnação, o Sexto Doctor era arrogante, dramático, teimoso e tinha um grande ego, acreditando ser superior a todos que encontrava. Apesar disso, também possuia um lado mais emotivo e preocupado, sempre determinado em salvar todos aqueles que podia. Ele adorava uma citação, sempre soltando alguma que achava apropriada para a aventura em que ele e suas companheiras estavam. Era mais violento que seus antecessores, capaz até de matar. Passou a maior parte de suas viagens com apenas uma companheira.
7º Doctor
Era um exímio estrategista e hábil manipulador, vendo a guerra entre o bem e o mal como um jogo de xadrez e aqueles ao seu redor como peões. Era originalmente excêntrico, alegre e despreocupado, porém assumiu essa personalidade mais séria e austera com o passar do tempo. Levava o seu papel como Time Lord extremamente a sério, e fazia tudo o que julgava necessário sem medir as consequências de suas ações. Apesar disso, ele se importava com aqueles com quem viajava, tendo uma relação paterna com Ace, sua companheira adolescente. Viajou também com Mel, que o acompanhou durante o início de sua encarnação.
8º Doctor
Um tanto romântico e sensível, respeitava e amava todo o tipo de vida, admirando humanos como nenhum outro. Tinha um senso de humor irreverente, similar ao de sua segunda encarnação. Teve alguns ataques de amnésia, primeiro após a sua regeneração e, mais tarde, após a primeira destruição de Gallifrey. Passou sua vida viajando entre universos paralelos e paradoxos, evitando a qualquer custo tomar parte na guerra temporal entre Daleks e Time Lords. Após tentar em vão salvar uma viajante espacial, acaba, com a ajuda da irmandade de Karn, escolhendo regenerar num Guerreiro.
O COMEÇO DE TUDO
A BBC queria um programa que tivesse as crianças como público alvo, de ficção científica e que agradasse aos pais por ser didático. E disso, Doctor Who surgiu. O seriado foi criado oficialmente em 1963 pelo canadense Sidney Newman, que idealizou o programa, estabeleceu conceitos importantes como o do Doctor, da TARDIS e o próprio nome da série “Doctor Who”, e pela
produtora Verity Lambert, uma das primeiras mulheres a ocuparem tal cargo na TV. Ela ficou no cargo até o episódio “Mission to the Unknown”, do começo da 3ª Temporada.Ambos foram homenageados mais de uma vez, no episódio Human Nature (3ª Temporada da Série Moderna), onde o Doctor, numa “versão humana”, afirma que seus pais chamavam-se Sydney e Verity e no episódio The End of Time (4ª Temporada da Série Moderna), em que há a participação de uma personagem chamada Verity Newman. Extra-oficialmente, outras pessoas participaram da concepção de Doctor Who, como: Donald Wilson, chefe do departamento de drama da BBC à época, responsável por autorizar o começo da produção; o roteirista C. E. Webber, que ajudou a caracterizar os companheiros do Doctor; além do editor de roteiros David Whitaker, que acabou escrevendo alguns arcos, e manteve-se no cargo até o começo da 2ª Temporada, no arco The Dalek Invasion of Earth.
Algo de extrema importância para a série é a sua trilha sonora, responsável por ajudar na criação da atmosfera do programa. O compositor da abertura, é Ron Grainer, que depois passou seu trabalho para Delia Derbyshire, que em conjunto com o BBC Radiophonic Workshop conseguiu fazer dessa composição algo revolucionário para a música eletrônica e seu uso televisivo. Para muitos, Derbyshire é a mãe da música eletrônica. Dizem até o próprio Ron Grainer ao ouvir o tema já pronto ficou atônito, pois ao seu ver, ela conseguira ali dar uma outra dimensão a sua obra. Desde 1963, poucos arranjos foram modificados em diferentes épocas, e a música ao longo desses quase 49 anos é o tema televisivo mais duradouro até então.
Aliada à música, veio a abertura, feita à época graças a Bernard Lodge, que colocou a câmera para filmar seu próprio monitor, criando assim um efeito de reverberação magnética, que dava um efeito certamente parecido com o de um vórtex.
A ORIGEM DO CONCEITO DE REGENERAÇÃO
É fato que Doctor Who não teria durado tanto se o conceito de Regeneração não existisse, sua origem foi decorrente da necessidade de não se tirar uma série de sucesso do ar, mesmo com a fraca saúde de seu protagonista.
Em 1966, após 3 anos no papel, era notável que a saúde de William Hartnell estava piorando lentamente e que ele não conseguia mais se manter no papel como outrora, não conseguindo decorar mais tão bem as falas e às vezes, tendo dificuldade para permanecer de pé. Os produtores então acabaram com o desafio de pensar numa solução para
não acabar com um programa que era sucesso à época. A primeira ideia a surgir era a de trocar o ator e permanecer com o personagem, sem explicação alguma, exatamente como se faz na franquia de filmes de 007. O produtor John
gostou e o tirou da série, levando-lhe para outro programa. O produtor que assumiu o cargo, Innes Lloyd, sugeriu que o Doctor poderia mudar para uma versão mais nova, se renovar regularmente.Wiles sugeriu que isso acontecesse no arco 024, The Celestial Toymaker, mas o Chefe de Drama da BBC não
Originalmente, o 1º Doctor ao regenerar estaria com o cachecol cobrindo o rosto, e depois, ao retirarem o cachecol, já seria o 2º Doctor, mas graças à uma falha na sala de edição, o efeito da tela se clareando e depois voltando ao normal, permitiu fazer uma sobreposição de vídeo, sendo essa sobreposição utilizada durante toda a série clássica, com exceção da regeneração do 2º para o 3º, que não vemos. No filme de 1996, a regeneração do 7º para o 8º teve pela primeira vez, efeitos visuais bem realizados, graças ao orçamento do filme, relativamente maior que a série. Na série moderna, o efeito que vemos é composto por sobreposição e CGI.