Acabou! [pelo menos por enquanto…]
A primeira temporada de Class chegou a seu último episódio, chamado de The Lost, e embora não tenhamos nenhuma notícia sobre a renovação do spin-off para uma segunda temporada, já dizemos que, se depender da história, ainda tem muita coisa pra ser esclarecida e resolvida com os garotos e garotas da Coal Hill Academy. Mas se você ainda não conseguiu assistir, pode ficar tranquilo que esse review não tem spoiler. Então dá o play aqui, pra entrar no clima, e vem ver o que a gente achou desse desfecho.
O episódio se passa seis dias após os dois últimos, e o primeiro ponto positivo foi notar que todos os conflitos gerados por aquela atmosfera de verdades incômodas em Detained não foram resolvidos num passe de mágica, o que deu verossimilhança à história, afinal, ninguém diz que ama alguém, recebe um “eu não te amo e não confio no quão rápido você se apaixonou” como resposta e depois fica tudo bem. Mas o fato é que não só a relação de Ram e April foi abalada, mas Matteusz e Charlie também estão separados, e Tanya não quer conversa com o grupo. Enquanto isso, Miss Quill segue grávida e inconsciente, aos cuidados de Charlie (embora ele saiba que ela pode tentar matá-lo assim que acordar).
Em meio a tudo isso, Corakinus, o rei (ou antigo rei) dos Shadow Kin, consegue retornar à Terra, mais violento que nunca. Pessoas importantes vão morrer, e isso pode fazer com que o grupo esteja junto de novo, mas não necessariamente unido. E é aí que vemos aquilo que desde o início sabíamos que aconteceria: a decisão de usar ou não o Gabinete das Almas, que será pressionada não só pelo desejo de vingança da Miss Quill, mas também pelas mortes recentes e a ameaça de que outras aconteçam.
Com a missão de encerrar a trama dos Shadow Kin, o episódio manteve o nível de qualidade que vinha mostrando nas últimas histórias, sendo bem melhor que o início da temporada, mas ainda bem longe das melhores produções do universo de Doctor Who. A season finale, no entanto, conseguiu empolgar mais os fãs, com revelações que dificilmente seriam previstas. A parte ruim é que esses desfechos são, na verdade, ganchos para uma segunda temporada, e como as notícias sobre a audiência da série não são muito animadoras, corremos o risco de ficar sem as respostas para o que poderiam se tornar enredos bem melhores que os que vimos até agora.
Quanto aos personagens, alguns deles mostraram mudanças significativas de atitude nesse episódio, embora nem todas elas tenham sido muito convincentes. O melhor acerto nesse aspecto foi Charlie, que, ao longo de todos os episódios, passou de um alien desavisado e um tanto medroso a alguém que toma as rédeas da situação e não hesita em disparar uma arma, se for realmente necessário. Tudo isso sem perder a razão ou a nobreza de caráter, se tornando o personagem melhor trabalhado durante a série. A semelhança entre o conflito dele em causar um genocídio usando o Gabinete das Almas ainda nos faz lembrar diretamente a situação do próprio Doctor no especial de 50 anos.
Por fim, embora não seja exatamente ruim, Class não parece ter atendido muito às expectativas do público, especialmente dos fãs de Doctor Who. Talvez o erro tenha sido exatamente tentar demais alcançar uma audiência fora dos limites da série principal, o que não aconteceu e acabou afastando os whovians – que, de outra forma, seria praticamente um público garantido. Outro problema foi que os primeiros roteiros tiveram momentos bem tediosos, com finais muito simplórios, e a série demorou um pouco pra mostrar do que realmente era capaz. Mas isso não é suficiente para que não estejamos com os dedos cruzados torcendo para que haja uma segunda temporada, e que ela seja tão boa quanto o final desse episódio nos fez desejar.
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Se já viu o episódio, diz pra gente o que achou. Se ainda não viu, pode encontrá-lo através deste link.
Jornalista apaixonada por histórias e personagens fictícios, principalmente se eles viajarem pelo espaço a bordo de uma cabine azul.