REVIEW CLÁSSICA: Arco 018 – Galaxy 4

Estamos de volta com as reviews da série clássica! Então vamos direto para o terceiro ano de aventuras do nosso Senhor do Tempo preferido, que começa com o arco Galaxy 4.

drahvins

Diferente dos dois primeiros anos da série, muitos dos episódios da terceira temporada se perderam, porque quando foram feitos, as emissoras não tinham muita preocupação em guardar o material que já havia ido ao ar. Creio que ninguém imaginava que, mais de 50 anos depois, estaríamos aqui assistindo (e até resenhando) esses programas. A notícia boa é que os áudios e algumas imagens desses episódios foram recuperados, e tanto a BBC quanto outras pessoas interessadas montaram reconstruções das histórias perdidas (pra saber mais sobre isso, recomendo a leitura deste artigo). Dos quatro episódios que compõem Galaxy 4, apenas o terceiro foi encontrado completo, os outros são reconstruções. Escrito por William Emms, o arco foi ao ar entre 11 de setembro e 02 de outubro de 1965.

AQUI COMEÇAM OS SPOILERS.

No começo desse terceiro ano da série, o time TARDIS é composto pelo 1º Doctor, Vicki e Steven, exatamente como vimos ao final do ano anterior, em ‘The Time Meddler’, primeiro arco de Steven como companion. Essa temporada já tem início com uma aventura em um planeta alienígena. Quando a nave se materializa em um local desconhecido, todas as leituras sobre a atmosfera mostram condições favoráveis de vida. Mas o que deixa todos intrigados é o estranho silêncio do lugar. Até que um pequeno robô com ares de ancestral do R2D2 aparece e começa a rodear a TARDIS, depois emite um som, como se mandando uma mensagem para alguém. Enquanto Vicki se encanta com o jeito desajeitado do robozinho e passa a chamá-lo de Chumbley, o Doctor se convence de que seja lá quem controle a máquina é, com certeza, muito inteligente.

galaxy4

Quando Chumbley vai embora, os três saem da nave para explorar o terreno, mas o robozinho reaparece e dá a entender que eles devem segui-lo. Steven fica com medo e tenta atacar a máquina, mas ela demonstra que tem recursos para machucá-lo e o trio considera melhor fazer o que ela está indicando. Surge então a primeira forma de vida que conheceremos no episódio, uma mulher, que desativa o Chumbley com sua rede metálica. Ela se apresenta como uma Drahvin, do planeta Drahva, em Galaxy 4 e os leva para conhecer sua líder, Maaga. Na nave Drahva, eles conhecem a líder e outras duas Drahvins e escutam a história de como elas foram parar naquele planeta.

Maaga conta que elas são de uma civilização de mulheres guerreiras e que estavam sobrevoando o planeta quando sua nave foi atacada por uma nave dos Rills, a espécie responsável pelos “chumblies”, mas que elas conseguiram revidar o ataque e as duas naves caíram onde estão agora. O problema é que esse planeta explodirá em poucos dias e elas não conseguiram consertar a própria nave para fugir, por isso, pretendem roubar o transporte dos Rills, que está em melhores condições. O plano delas é fazer com que o Doctor ajude nessa empreitada, mantendo um de seus companheiros como refém (primeiro Vicki, depois Steven).

Em meio à sua tentativa de fazer o que as Drahvin estavam pedindo (ou de ao menos descobrir qual era a verdadeira intenção dos Rills), o Doctor e Vicki chegam ao local onde a espécie ainda desconhecida está. E, nesse ponto, é legal observar como o cenário ficou interessante. Mesmo com os poucos recursos de que a produção dispunha na época, o visual dessa parte ficou bem bonito. Deu a necessária impressão futurista, mas com um estilo bem diferente de outros que já tinham sido usados na série.

Galaxy4-Rills

Mesmo sendo reconstruído, e obviamente sem ter a mesma dinâmica de um episódio completo, a trama de Galaxy 4 consegue prender a atenção, especialmente por causa do suspense sobre o que são os Rills e até que ponto a história das Drahvins é verdadeira. Outra característica peculiar do arco  é um forte apelo à questões morais, como reflexões sobre o erro de julgar os seres por suas caraterísticas físicas e a necessidade da ajuda mútua. Esse tipo de mensagem ainda iria fazer muita história em Doctor Who, afinal, quem não lembra de discursos como o do 12º Doctor sobre a guerra? Mas até então, não era muito comum ver abordagens assim nos roteiros da série.

E, por fim, precisamos falar sobre a Maaga.

maaga

Inicialmente, a personagem é o clichê da líder militar: durona e disposta a tudo para cumprir sua missão. Mas com o avançar da história, vai se revelando muito pior que isso. E grande parte do sucesso da personagem se dá pela atuação de Stephanie Bidmead, que através de olhares, expressões e até um sorrisinho bem Norman Bates, faz a gente perceber que mesmo para alguém de uma raça guerreira, há algo muito errado com essa moça. Mesmo com a maior parte dos vídeos perdida, é uma sorte que sobraram algumas cenas memoráveis da atriz nesse papel.

——-

Ficou curioso ou deu vontade de rever Galaxy 4? É só clicar neste link. E sintam-se convidados para acompanhar a terceira temporada da série clássica com a gente. Semana que vem, meu colega Vinícius vem com a review do próximo arco, o peculiar Mission to the Unknown.

Nos acompanhe e curta nosso conteúdo!