Na última edição da Doctor Who Magazine, Russell T Davies e Steven Moffat, os showrunners anteriores da série, entrevistaram um ao outro, debateram seus melhores roteiros, falaram como foi sair da série, e muito mais!
Abaixo temos um trecho da conversa entre eles.
STEVEN: Qual você acredita ter sido o seu melhor roteiro para série? Se for algum sobre o qual as pessoas não falam muito, melhor ainda.
RUSSELL: Hummm. “Gridlock”. Mas, talvez, atualmente seja “Tooth and Claw”. Esse roteiro funciona de forma bem intensa. Vem dele a minha fala favorita, quando a Rainha Victoria conta a lenda do diamante Koh-i-Noor – segundo a qual qualquer um que o possuir terá a morte certa. E o Doutor diz: “Bem, de qualquer forma isso não deixa de ser verdade, basta você esperar tempo suficiente”. Ele simplesmente desfaz toda uma superstição em apenas uma fala! E qual é o seu melhor roteiro?
STEVEN: Ah, suponho que deva ser Blink, não? O roteiro que reescreveu o meu futuro. Acredito ter sido graças a ele que eu consegui o trabalho na série.
RUSSELL: Não, eu acho que o trabalho já era seu desde o momento em que o roteiro inicial de “The Empty Child” caiu na mesa. Na verdade, já era seu antes mesmo disso. Você é Steven Moffat, pelo amor de Deus! Eu apenas “roubei” uns pedaços.
STEVEN: A minha escolha excêntrica seria “Listen”. Mas é um pensamento que veio e já se foi. Não acredito que seja a escolha definitiva – embora tenha bons momentos, dentro do seu formato melancólico.
Suas escolhas: Eu absolutamente amo “Tooth and Claw”. Eu assisti recentemente – é uma viagem emocionante sem pausa. Mas eu acredito que “Gridlock” seja a escolha mais perfeita para o seu melhor roteiro de Doctor Who. Amo, amo esse episódio. Minha esposa se acabou em lágrimas. Isso significa que nós dois atingimos nosso auge na terceira temporada. Em 2007, há treze anos.
RUSSELL: É sempre tentador perguntar: o que você teria mudado? Qual monstro você mudaria, qual fantasia, qual membro do elenco, qual cenário? Mas isso pode queimar o seu filme, porque pode parecer que você está criticando um departamento. Então, ok, focaremos somente em você. E em você apenas… Qual fala ou diálogo você mudaria? Sua escolha, não vou interferir.
STEVEN: Hummm. Uma fala apenas? Não tenho certeza. Eu sempre achei que era relativamente hábil em utilizar boas falas para amenizar momentos ruins. Eu não acredito, em nenhum dos casos, que o diálogo chegou a ser um problema. Mas que tal uma cena completa? Eu não gosto da Amy dando em cima do Doutor no final de “Flesh and Stone”. Digo, a ideia parece boa – a reação de uma jovem após passar por um enlouquecedor terror. Contudo, eu fiz isso risadas no estilo do sitcom Coupling. Não funcionou.
O episódio é brilhante até essa parte. Adoro o golpe de misericórdia do Doutor, a cena na praia com a River – até mesmo o momento em que cortamos para a casa da Amy parece ser importante e épico. E então eu estrago tudo com uma piadinha de teor sexual. Eca! Lindsey Alford (do jeito dela de sempre) me pediu para tirar isso, eu discordei e continuei firme com minhas ideias. Droga! Eu estava errado. Quando Brian veio trabalhar comigo como meu co-executivo, eu pedi para ele trazer Lindsay com ele. Ela se tornou roteirista executiva e me ajudava a ficar no caminho certo. Aquele rapaz escolheu bem a esposa.
RUSSELL: Por que eu não chamei o Planeta da Morte de Areias da Morte? Nós todos fomos a um deserto de verdade. Por que eu não coloquei areias no título? Areias na Páscoa, água em novembro. Isso realmente me intriga!
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A conversa completa entre Russell T Davies e Steven Moffat está na nova edição da Doctor Who Magazine.
Doctor Who Magazine 551
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Traduzido de: DoctorWho.tv
Ambientalista por formação, tradutora nas horas vagas, whovian carioca e viciada em livros, filmes e séries. Fã de ficção científica, especialmente quando envolve viagem no tempo.