Review: Doctor Who 10×00 – The Return of Doctor Mysterio

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O retorno mais aguardado de todo o universo! Leia a nossa review sobre o Especial de Natal 2016 de Doctor Who, “The Return of Doctor Mysterio”.


Após um ano desde a última vez em que vimos o Doutor, finalmente podemos acompanhar o retorno dele às estradas do universo, após a noite de despedida com River Song em Darilium – uma noite que, por sinal, dura 24 anos (haja disposição, hein) –, e ele não poderia ter escolhido uma noite melhor para retornar do que na noite de Natal.

Após encerrar o ciclo com River Song, o Doutor volta para Manhattan com a intenção de construir um dispositivo que auxiliaria a reverter um paradoxo (clara referência ao ocorrido em “The Angels Take Manhattan“). Entretanto, ele acaba acidentalmente pendurado na janela de um menino super fã de quadrinhos – clima que permeia todo o episódio, com muitas referências que todo bom fã de gibis irá se deleitar (selo “Capitão América de Pegador de Referência”).

Os episódios natalinos de Doctor Who às vezes trazem releituras interessantes de histórias conhecidas para o universo da série, como Poseidon em “The Voyage Of Damned” (saudades Astrid T_T), Os Fantasmas de Scrooge em “A Christmas Carol” (melhor especial de Natal na minha opinião), As Crônicas de Nárnia em “The Doctor, The Widow and The Wardrobe” (esse a gente esquece que existiu) e, no desse ano, tivemos a história de como Grant Gordon tornou-se The Ghost e passou a salvar Nova Iorque.

Uma história leve e mais recheada de humor era necessária, para nós e para o próprio Doutor, que havia enfrentado um longo processo de luto e que, logo em seguida, teve de despedir-se da esposa River Song, como mostrado em “The Husbands of River Song“.

A história de como Grant ganhou poderes encaixa-se perfeitamente no universo da série onde os super-heróis também fazem parte da ficção. Então, obviamente, não se poderia simplesmente chegar e dizer que havia meta-humanos espalhados pela Terra assim sem mais nem menos. Grant acidentalmente engole uma Pedra dos Desejos, e nada mais clichê do que um garoto viciado em quadrinhos desejar ser um super-herói.

Por falar em clichês, o especial é cheio deles, porém agradáveis e funcionam bem. Afinal de contas, a jornalista que se apaixona pelo Ghost (que nada mais é do que o babá da própria filha e com quem ela convive todo dia e que é apaixonado por ela desde a infância) não é algo completamente novo para nós. Os personagens de Grant e Lucy demonstraram uma química bem agradável, e o momento de clareza perto do final do episódio (quando ela sai para jantar com o herói e a ficha dela cai sobre a importância de Grant na sua vida, que ela até então havia deixado passar), os dois levaram muito bem, nos fazendo torcer para que ela olhasse para cima e visse que Ghost e Grant são a mesma pessoa.

O estilo determinado e perspicaz da jornalista também é uma clara homenagem a Lois Lane, e a cena em que ela interroga o Doutor é hilária (Mr. Huffle é a mais eficiente forma de tortura que você respeita). Porém, ao mesmo tempo, coloca a personagem como uma boa jornalista investigativa e altamente perceptiva, que não está ali para ser uma donzela em perigo. Mesmo sem superpoderes, ela se torna uma peça fundamental para a resolução do problema. Além disso, é Lucy quem consegue enxergar um pouco mais fundo por detrás das camadas do Doutor por meio de suas respostas, expressões e reações, chegando portanto a deduzir a relação próxima dele com o herói e, mais para o fim do episódio, que o Doutor havia perdido alguém.

15782441_1520301864664746_877828033_nO especial também trouxe de volta Nardollynho Nardole, que esteve trabalhando no restaurante em Darillium, quando o Doutor estava com River, estabelecendo um continuidade entre os dois últimos especiais de Natal. A personagem Nardole não é das melhores, mas não chegou a incomodar tanto quanto eu achei que iria, já que, no especial anterior, ele estava bem chatinho, diga-se de passagem… Entretanto, apesar de não incomodar, ainda não entendo a necessidade de ele estar a longo prazo ao lado do Doutor. Não sei até que ponto isso poderia ofuscar a entrada de Bill na TARDIS e sua importância para o Doutor.

Por fim, o episódio encerra com o Doutor encarando mais de frente o processo de recuperação da perda de River Song, afinal de contas, 4 bilhões de anos sofrendo pela perda da sua companion anterior, Clara Oswald, o fizeram amadurecer sobre como lidar com luto. Mais contido do que sua encarnação anterior, o 12º Doutor se despede do casal, sem um discurso, mas com uma frase marcante:

“Tudo termina, e é sempre triste… mas tudo começa novamente também, e isso é sempre feliz”.

Doctor Who é isso: o começo e o fim em looping eterno, e no próximo ano vamos en
carar um novo começo, uma nova companheira de jornada para o Doutor – não sei vocês, mas tenho esperanças de que Bill irá ser um excelente contraposto para o nosso Senhor do Tempo.

E aí, gostaram do episódio? Comentem abaixo o que acharam e quais são as suas expectativas para a próxima temporada. Não assistiu ainda? Baixe aqui o episódio!

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