SDCC: Entrevista de Jodie Whittaker e Chris Chibnall para o Deadline

Antes de enfrentarem a multidão de fãs na Comic-Con, Whittaker e Chibnall falaram sobre a nova Doutora, a nova temporada, os Doutores anteriores, os novos monstros, e o potencial retorno de alguns inimigos clássicos. A dupla também debateu a importância de ter pela primeira vez uma Doutora e as possibilidades que isso fornece para a série e os fãs.

DEADLINE: A Comic-Con e Doctor Who têm mantido uma forte relação durante vários anos e várias regenerações do Senhor do Tempo. O que significa para você estar divulgando a nova Doutora, os três novos companions e a novíssima equipe de criação aqui no primeiro dia no salão H?

CHIBNALL: A série sempre teve uma ótima relação com a Comic-Con. Entretanto, e dessa vez nós estamos mantendo vários aspectos da temporada em segredo, desde outubro do ano passado, então essa semana é como se fosse a nossa festa de debutante. Esta é a primeira vez que fazemos um painel todos juntos, é a primeira vez da Jodie na Comic-Con e é uma grande oportunidade de mostrar a série para o mundo. Isso é muito importante para Doctor Who e para nós.

DEADLINE: Jodie, além de ser a sua primeira vez na Comic-Con, você também é a primeira mulher a interpretar o Doctor Who. Qual a importância disso para você?

WHITTAKER: É realmente enorme. Desde criança você se acostuma com a ideia de que para interpretar o Doutor, você tem que ser homem, e se você for uma garota, poderia ser uma companion. Então, como atriz, poder jogar todas essas regras pela janela é realmente excitante.

DEADLINE: Por que?

WHITTAKER: Porque pela primeira vez, o Doutor se regenera, mas se regenera de uma forma totalmente nova, o que é realmente libertador. Para mim, a nova abordagem é totalmente libertadora porque não há regras a seguir. Além disso, é o trabalho perfeito para qualquer ator pois, ainda que o papel já tenha sido interpretado por 12 atores, é totalmente possível criar uma forma só sua de interpretar o personagem. Por isso, ao invés de me sentir pressionada pelo papel, estou empolgada com ele.

DEADLINE: O legado da série foi uma vantagem?

WHITTAKER: Bem, nenhuma temporada de Doctor Who é como as temporadas anteriores e nem chega a ser um novo Doutor. Então, começar com um novo olhar ajuda de diversas maneiras porque ninguém conhece o personagem até que ele apareça em um novo corpo. Eu só quis contribuir com a inovação da série. E, você sabe, são muitas as referências. É impossível ter uma temporada de Doctor Who sem referenciar coisas que já aconteceram. Então, obviamente tenho pesquisado o suficiente para saber sobre o que estou falando.

DEADLINE: Claramente, você conhece o décimo Doutor, David Tennant, do seu trabalho com ele em Broadchurch. Vocês conversaram sobre a série ou sobre outros de seus antecessores gallifreyanos?

WHITTAKER: (Risos) Conheço David há anos, mas a princípio eu não podia falar com ninguém porque eu estava proibida de contar que tinha conseguido o papel. Foi apenas uma semana antes do anúncio oficial que eu pude conversar, bem rapidamente, com Peter, Matt Smith e o David.

DEADLINE: Eles deram algum conselho sábio de Senhor do Tempo?

WHITTAKER: Acho que o principal foi a mensagem de que essa seria uma oportunidade única na minha vida, diferente de qualquer outro trabalho e que a experiência é totalmente diferente para cada ator que interpreta o papel.

DEADLINE: Falando em interpretar o papel, Chris, vocês dois trabalharam juntos em Broadchurch e você escreveu alguns episódios de Doctor Who no passado. Mas como é trabalhar com a Jodie em Doctor Who?

CHIBNALL: Na verdade, isso é o mais fantástico de tudo. Ter conhecido Jodie e trabalhado com ela antes, faz com que eu saiba que ela é uma atriz sem limitações, além de incrivelmente divertida e cheia de energia. Muitas pessoas ainda não tiveram a oportunidade de conhecer esse lado dela. Durante anos, e parte disso é culpa minha, ela interpretou papéis tristes na televisão britânica. Então, agora, acho que o que tem sido espetacular é saber a atriz incrível que ela é, é buscar e dar a ela o máximo leque de possibilidades e desafios. E, dessa forma, revelar a amplitude de suas habilidades. Porque não há limitações para até onde a Doutora possa ir. Então, sobre trabalharmos juntos novamente, é totalmente o oposto do que era em Broadchurch.

DEADLINE: Jodie, não apenas sobre o gênero, mas no geral, você é uma Doutora diferente do que o Peter foi. Nesse contexto, a sua ideia é começar do zero ou continuar a grande narrativa que Doctor Who vem construindo ao longo das décadas?

WHITTAKER: Não é exatamente começar do zero, porque você pega o que aconteceu antes e honra isso. Contudo, você cria a sua própria temporada, e fazer a minha própria Doutora. Quero usar de uma nova forma o que já existia, sem perder nada da riqueza que há na história da série.

DEADLINE: O que isso significa?

WHITTAKER: Bem, o modo que estamos trabalhando com isso é como se você fosse um fã da série há 20 ou há 50 anos. Como fã, você é cheio de paixão, e engajamento, e empolgação. Da mesma forma se você começou a acompanhar a série agora. Você não precisa conhecer tudo sobre a série para entender essas novidades, e isso serve para qualquer idade ou gênero. O mais excitante disso para mim é que eu não era uma Whovian. O maravilhoso dessa série é que ela não exclui ninguém.

DEADLINE: Falando em inclusão, vocês estão trazendo muitas pessoas para a sua festa de boas vindas – literalmente mais de seis mil no salão H. Jodie, como é para você depois de, como Chris disse, meses trabalhando em segredo?

WHITTAKER: Eu continuo ouvindo de pessoas com quem estive que será incrível. Então outros perguntam se eu estou bem. Querem saber se estou com medo. O que sinto é muita empolgação ao ver muitos jovens se interessando pela série. Também porque estou empolgada com a roupa, com o novo look da Doutora, e em ver meninos e meninas se vestindo como eu. Então, sim, estou muito empolgada. Mas quando eu ouço alguém dizer que 6,5 mil pessoas estarão aqui, eu fico surpresa porque é algo que eu não esperava. Será bem interessante.

DEADLINE: Chris, “interessante” deve ser uma das muitas palavras que definem a sua apresentação como novo showrunner de Doctor Who. Como tem sido para você e quais foram os desafios que enfrentou?

CHIBNALL: É um trabalho totalmente divertido e o melhor que já tive. Mas, como disse a Jodie, também é o mais exigente. O mais importante é a variedade em Doctor Who. Como você sabe, nós estamos preparando dez histórias independentes. A cada semana, estaremos em um mundo diferente com diferentes personagens e novos monstros. É praticamente como fazer um novo filme toda semana. Você sabe, a única coisa constante será a Doutora e seus amigos. O desafio é enorme. Também é um grande prazer. Recebi muitos conselhos maravilhosos dos meus antecessores, Steven Moffat e Russel T. Davies. Então, estava bem informado, e eles me contaram tudo sobre a série, todas as armadilhas. Mas não fazia ideia do quão divertido seria. Nós trabalhamos muito, mas também nos divertimos demais enquanto fazíamos a série. E espero que essa alegria possa ser transmitida na tela.

DEADLINE: Você disse “novos monstros”, mas nós iremos ver na próxima temporada alguns dos vilões clássicos como os Daleks e Cyberman? O Mestre/Missy vai retornar em outro corpo?

CHIBNALL: Você terá que esperar e assistir – Eu não posso entregar nossos segredos, posso? Por enquanto, não quero contar nada. Mas acredito que o principal para nós, como a Jodie disse, é que serão novas histórias. E não há limitações para o público. Se você tem 8 anos e nunca viu a série, se você tem 88 anos e já ouviu falar sobre ela mas nunca parou para ver, e se você tem 58 e ama Doctor Who mais do que tudo. Quero que todos possam se envolver com a série. A nova temporada terá muitas novas aventuras, novos cenários, diversos personagens novos para se apaixonar, e muitos monstros.

Fonte: DEADLINE

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