Review Doctor Who Flux – The Halloween Apocalypse (13×01)

[Atenção: este texto contém spoilers!]

Review Doctor Who Halloween Apocalypse

 

Demoramos, mas estamos de volta: a Doutora, Yaz e nossas reviews. Em meio a todas as notícias e especulações sobre a próxima fase de Doctor Who, a 13° temporada chegou mostrando que Chibnall e sua turma ainda têm algumas cartas na manga para surpreender os whovians. O showrunner prometeu uma aventura épica para sua despedida e já chegou entregando adrenalina desde a primeira cena deste episódio.

Logo no início, o público já encontra a Doutora e Yaz em uma situação caótica, resultado de alguma aventura que não sabemos exatamente como aconteceu. Aliás, esse é um recurso um tanto frequente em Doctor Who e funciona muito bem para reforçar a ideia de que a série não é suficiente para dar conta da vida da Doutora (o que também é um prato cheio para o universo expandido, hein?). Esse “pegar o bonde andando” também é fundamental para a forma como os espectadores vão conhecer o personagem Karvanista, mas vamos falar dele daqui a pouco. 

Voltando à primeira sequência do episódio, encontramos a Doutora e sua, até então, única companion, à beira da morte, penduradas de cabeça para baixo sobre um mar de ácido fervente em um planeta prestes a ser engolido por uma estrela. E é claro que nossa senhora do tempo favorita consegue uma fuga espetacular, tudo isso para já ir empolgando quem está assistindo e fazendo todo mundo entrar no ritmo da nova fase da série.

Doctor Who Yazmin Khan Does that make sense to you

Por falar em companion única, se a gente esperava que a relação entre a Doutora e Yazmin Khan entrasse em uma sintonia melhor com apenas as duas na Tardis, não é isso que a estreia da temporada mostrou. Em diversas cenas, a impressão que temos é de que elas não conseguem falar a mesma língua. Para quem já está na terceira temporada juntas, era de se esperar um pouco mais de cumplicidade entre elas, no entanto, o que a série passa é a ideia de que Yaz não conhece a Doutora o suficiente nem para entender suas decisões mais simples. E a pergunta que fica é: será que veremos essa mudança até o fim da temporada?

Novos personagens

Um dos mistérios que a terráquea não compreende neste episódio também é uma pergunta que o público se faz ao assistir: por que a Doc está tão determinada a seguir o Karvanista? Se alguém achou o personagem fofo quando viu as fotos promocionais, o representante da espécie Lupari fala grosso e mostra que não está para brincadeira (nem por isso, deixa de ser fofo, né? Vamos combinar).

Karvanista Doctor Who

Uma mistura de Chewbacca e TV Colosso (tchurururururu aaau), o novo personagem vai de vilão a herói em poucos minutos e já ganhou fãs entre os whovians. Aliás, por falar em Star Wars, a referência dele tentando usar o poder da “força” para convencer o Dan, tal qual um Jedi, foi puro fan service [e que fique claro que isso não é uma reclamação].

Mas não dá para negar que o brilho maior das novas presenças no episódio foi dele mesmo: John Bishop. É quase impossível não simpatizar com o novo companion, Dan Lewis. Apresentado como um homem simples e generoso, ele já aparece mostrando todo seu amor por Liverpool e dizendo uma frase que parece resumir sua personalidade: “qual é o sentido de estar vivo se não for para fazer os outros felizes?”. 

Dan Lewis Whats the point of being alive

Porém nem só de gente boa vivem as séries, afinal o que seria de Doctor Who se não fossem os vilões? E que vilões! Além da aparência caprichada (adeus fantasias de esponja da BBC), a dupla Swarm e Azure promete dar trabalho para a Doutora e seus aliados. Ainda há muito para ser descoberto sobre os vilões, mas se eles realmente controlam o Fluxo (uma força destrutiva gigantesca, capaz de aniquilar o Universo), esse tem tudo para ser o maior desafio encarado por essa encarnação da nossa protagonista.

A ameaça representada por Swarm vai além de seus poderes. Isso porque ele surge de uma incógnita nascida junto com a polêmica da Criança Atemporal: se a Doutora tem vidas das quais não se lembra, imagine quantos inimigos ela não faz ideia de que existam, e o que eles podem fazer com todas as informações que têm sobre ela.  

doctor who swarm

Histórias paralelas

Por falar em desconhecido, o episódio também dá um vislumbre sobre outras histórias que vamos conhecer ao longo da temporada. Se alguém achava que um problema dos roteiros do Chibnall estava relacionado à quantidade de personagens criados por ele para acompanhar a Doutora, ele não se intimidou e trouxe uma série de novas pessoas, cada uma com um contexto, para ter suas vidas cruzadas com a aventura dos nossos protagonistas: Vinder, Clair, Joseph Williamson (em 1820), Diane… 

Se o fandom andava meio desanimado com o que Chris Chibnall havia entregado até então, o showrunner fez questão de entregar um início de temporada capaz de empolgar a maioria dos espectadores. Com cara de season finale, The Halloween Apocalypse aponta para um período de fortes emoções para o time TARDIS. Com uma temporada encurtada por conta da pandemia e os dias à frente da série contados, o que parece é que o showrunner resolveu dar tudo de si (e da série) ao mesmo tempo para os fãs. E nós esperamos que seja isso mesmo.

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