Entrevista com Russell T Davies

Aproveitando seus últimos momentos como roteirista e produtor de Doctor Who, Russell T Davies falou com a iFMagazine em uma entrevista sobre tudo, mas principalmente sobre  sua despedida da BBC, o que ele espera do futuro e claro, de Torchwood.

 

  • Conseguiu atingir todos os seus objetivos com a série?

 

Eu não tinha uma lista com tudo que queria, pois o programa é tão diferente a cada semana que minha única intenção era o manter com qualidade.

Sinceramente, acho que nunca fizemos um episódio ruim. É o que acredito.

  • Como vê o futuro do programa com Steven Moffat no comando?

Estou deixando o programa em ótimas mãos, e enfim poderei voltar a assistir a série!

Steven Moffat é brilhante. Há 20 anos que não assisto uma temporada inédita do seriado. Então, quando ele assumir, será excelente para mim.

  • Você deu alguma dica para Moffat?

De jeito nenhum. Saímos para almoçar e estava disposto a dividir minhas idéias, mas quando sentei e ele começou a falar, percebi que ele sabia de tudo, então só batemos um papo.

  • O que achou da escolha de Matt Smith como o 11º Doutor?

Achei excelente. Ele é maravilhoso, tudo que você quer de um ator. Ele é inteligente e capaz de qualquer coisa, e ele muda completamente em cada papel que ele faz.

Na verdade, fiquei contente por não terem escolhido um ator mais velho. Se há uma essência de Doctor Who, Matt a capturou perfeitamente.

  • Como será a quarta temporada de Torchwood?

Ainda vamos conversar sobre isso. No momento estou em Los Angeles e as pessoas responsáveis estão em Londres e em Cardiff, então não vamos tomar nenhuma decisão precipitada – o que é bom.

Ficamos impressionados com o sucesso que Children of Earth fez, então precisamos parar e analisar isso. Estamos sempre mudando, e quanto mais trabalhamos nisso, mais bem sucedido ele fica. Então não podemos determinar o formato que iremos adotar.

  • Como foi a experiência de uma mini-série, como Children of Earth?

Eu adorei, até porque prefiro uma história contínua. Resta saber  se a BBC vai querer outra dessas, mas eu amei.

  • Como ficará Torchwood?

Eu sei exatamente de onde continuar.

  • Como foi possível o retorno do Mestre, se ele não regenerou?

Ele não vai sair de uma caixa e falar “Estou vivo!”, até porque, na verdade, desta forma seria bem mais fácil. Tivemos que gastar muito dinheiro para trazê-lo de volta.

  • O quanto você planejou da série e o quanto David Tennant sabia?

Com certeza eu não a tinha toda planejada. Eu não criei tudo de uma vez. Eu fui escrevendo a história em partes e David ia descobrindo pouco a pouco, em cada roteiro que recebia.

Eu não gosto de planejamento em longo prazo. Gosto de improvisar para complementar o programa e assim eu mantenho o controle. E o público também não sabe onde estamos querendo chegar.

Na verdade, todos os responsáveis não têm a mínima idéia de qual é o rumo do programa. Ninguém escreve tudo de uma vez e deixa prontinho com a produção.

  • Qual foi a sua maior surpresa com o programa?

Fiquei surpreso por não termos que fazer novos Daleks!

Acho que foi um milagre. Fiquei surpreso por conseguir permissão para mantermos o design deles.

  • Por que Michelle Ryan não ficou como companheira?

Ela só foi contratada por um episódio. Acho que se fosse feita uma proposta mais longa, ela não aceitaria. Mas era para você sentir aquilo mesmo, aquela tristeza por ela não ter se juntado ao Doutor!

  • Capitão Jack irá aparecer em Water of Mars?

Não, isso seria uma intromissão. Seria algo destoante da história.

Ele vai voltar um dia. Tenho certeza de que ele vai voltar em Torchwood, quanto a Doctor Who, espero que ele volte um dia. Ele é um daqueles personagens que você fica querendo trazer de volta para os episódios.

  • O que acha que vão dizer de sua versão de Doctor Who no futuro?

Que foi excelente! Mas sei que sempre vai ter algum estraga prazer que vai dizer que odiou! (risos)

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