Somente uma entrevista de Carole Ann Ford foi encontrada, feita em 1984, após sua aparição no especial de 20 anos da série, “The Five Doctors”.
Aqui temos Carole Ann Ford falando sobre seu tempo como a primeira de todas as companheiras do Doctor, sua neta Susan Foreman. Ela fala sobre a atmosfera entrosada que existia no programa naquela época, os arcos que ela mais e menos gosta e sua volta em ‘The Five Doctors’.
“Bill Hartnell era adorável. A equipe era muito entrosada. Estávamos em contato com David Whitaker e Mervyn Pinfield o tempo todo. Era algo muito mais acumulativo – muito mais íntimo, familiar do que é atualmente, possivelmente porque a produção atualmente é tão grande.
“O papel que originalmente me ofereceram acabou sendo algo completamente diferente, e se eu soubesse que iria fazer a mulher que fiz por um ano, eu não teria ficado tão feliz. Estava fazendo outro programa de TV, e lá em cima na sala de controle, não estava somente o diretor do programa, mas também Verity Lambert e Waris Hussein. Nunca perguntei o que ela estava fazendo lá, presumo que ela era amiga do diretor. Ou talvez ela tenha dito ‘Estou procurando por alguém para esse papel’ e ele disse ‘Venha dar uma olhada nessa garota’, não sei. De qualquer forma, ela me achou boa gritando e me ofereceu o papel.
“Nunca precisamos inventar algo, mas com certeza colocávamos um pouco de nossas próprias ideias, simplesmente por causa da evolução do personagem. Quando você está interpretando um papel por tanto tempo, é inevitável que diretores novos que chegam não saibam de todos os aspectos do seu personagem, o mesmo acontece com roteiristas, e você precisa mudar algumas coisas que você sabe que seu personagem não faria.
“A mistura de estórias era fantástica – as de ficção-científica eram ótimas, as de história maravilhosas. Acho que as de histórias eram um pouco melhores. John Lucarotti era um ótimo escritor. Meu arco favorito foi ‘Planet of Giants’. Os cenários eram ótimos – você quase não precisava atuar. Mas haviam alguns que eu não gostei muito, como ‘The Edge of Destruction’. Nós ficamos loucos por dois episódios, e eu acho que simplesmente porque nenhum de nós sabia sobre o que estávamos fazendo. E não somente porque era muito rápido – era completamente estranho e quando perguntávamos porque estávamos nos comportando de uma maneira, diziam-nos para simplesmente continuar e falar nossas falas!
“A agenda do programa era cansativa. Nós gravávamos quase como se fosse ao vivo, sem pausas por mais de 25 minutos. O ar condicionado não era muito bom no estúdio e nós realmente suávamos muito e o console da TARDIS ficava falhando por causa do calor. Teria ficado feliz em sair mais cedo.
“Todos se divertiram muito fazendo ‘The Five Doctors’. Richard Hurndall era maravilhoso. Ele não recriou-o – ele não tentou fazer um outro William Hartnell, mas ainda assim de alguma forma ele parece muito com ele. Acho que isso foi algo do John Nathan-Turner,ao escolhê-lo, sabendo como seria a atuação dele. John é maravilhoso – todos se dão bem com ele”.
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