Um rei de sexualidade duvidosa, uma beata possuída e uma Doutora pistola se confrontam contra um terrível mal da Idade Moderna: (a bruxaria? Não) a Ignorância! Esse é o nosso review do 8º episódio da 11ª temporada de Doctor Who (11×08), “The Witchfinders”.
Nesse review, vamos falar sobre:
- Continuidade do episódio e das personagens
- Referências históricas e da série
- A conspiração monárquica
- Cristianismo em Doctor Who
- Doutora finalmente enfrenta a misoginia
- Morax, a vilã monarquia do espaço
Embarque na sua vassoura e venha com a gente voar para Lancashire do século 17 para conhecer o Rei James I e os novos vilões Morax…
1) Contextualizando a aventura
Algo que gostei muito em “The Witchfinders” é a continuidade da série e o belo apanhado histórico em que o episódio está situado.
Por isso, vou contextualizar nesta seção um pouco sobre isso. Veja se você consegue se lembrar de todas as referências.
a) Rainha Elizabeth I
Tudo começa com a Doutora querendo revisitar a própria esposa, a rainha Elizabeth I, no dia da coroação dela.
É a primeira vez que vemos, desde o especial de 50 anos, o Doutor tentando revisitar a rainha da Inglaterra com quem se casou. Porém, ele (agora ela) quis voltar para o período anterior ao do casamento, quando ela ainda era de fato a Rainha Virgem, a coroação.
Espertinha a Doutora, pois sabe que, por não ter jamais reaparecido para a esposa, acabou se tornando inimigo real da Coroa (e da rainha “coroa” também).
Porém, a TARDIS continua teimosa em ir para onde a Doutora quer e acaba pousando em Lancashire, no século 17, sob reinado do rei James I – sucessor da Elizabeth I.
b) Rei James I
Sim, o primo de terceiro grau da rainha Elizabeth I assumiu o trono logo depois dela. Isso porque a rainha não deixou herdeiros… Poxa, Doutor, poderíamos ter tido novos Time Lords na família real…
Nota: Você pode acabar encontrando traduções que renomeiem James para Tiago, já que esse é o correspondente na Língua Portuguesa. Da mesma forma, a rainha Elizabeth pode ser encontrada em referências como rainha Isabel.
E enquanto a rainha era conhecida por sua gestão firme, o voluptuoso sucessor foi conhecido por ser mais… “aberto”.
Dizem historiadores que “o ‘rei’ Elizabeth foi sucedido pela ‘rainha’ James“.
Porém, antes de entrarmos nessas fofocas mais sórdidas do rei, vamos falar sobre a mãe dele, a rainha Maria I da Escócia.
c) Rainha Maria I da Escócia
Em “The Witchfinders”, temos um importante diálogo entre a Doutora e o rei James I, em que ela abertamente fala sobre a mãe dele.
A mãe de James, Mary Stuart, era a famosa rainha Maria I da Escócia. A história dela é uma das mais tristes da história da monarquia britânica.
Segundo os fatos históricos, a mãe de James foi acusada de ter matado o pai dele, mas tudo indica que isso não passava de uma armação política.
Ela teria fugido para a Inglaterra para se salvar, quando James tinha ainda apenas 1 aninho de idade. No entanto, quem reinava na época na Inglaterra era a prima Elizabeth I, e houve uma rixa entre as duas.
Maria I era defensora do Catolicismo de Roma, e Elizabeth I defendia o novo Catolicismo Anglicano criado pelo pai dela, o rei Henrique VIII (aquele que se casou por acidente com a companion Amy Pond no episódio “The Power of Three”, escrito por Chris Chibnall).
Na época, o poder religioso era tão importante quanto o poder político, já que a legitimidade de um rei ou rainha era baseado na premissa de que a linhagem sanguínea tinha sido “escolhida por Deus para governar os reinos”. Porém, até então, o “Deus” era o de Roma, intermediado pelos Papas. Com a criação de um novo catolicismo, não mais submetido a Roma (o Anglicano, defendido por Elizabeth), surgiu essa disputa pela legitimidade da Coroa Britânica.
Assim, nesse contexto, Maria I foi novamente acusada, mentirosamente, de ter reivindicado a coroa de Elizabeth I.
O parlamento protestante tinha mais interesse na morte de Maria I do que a própria rainha Elizabeth. A “esposa do Doutor” ainda tentou encontrar outra alternativa ao invés de mandar executar a prima. Chegou a aprisionar Maria por 19 anos em terras inglesas, sem que ela pudesse se defender das acusações.
Porém, por pressão política do parlamento protestante, ela acabou autorizando a prisão de Maria I para que fosse devidamente condenada. Infelizmente, os encarregados de capturar Maria I acabaram executando-a antes disso, o que atiçou a ira de Elizabeth.
Maria I foi decapitada com três machadadas, uma na nuca e outras duas no pescoço.
Isso é mencionado também no livro “Earthworld” pelo 8º Doutor, ao contar que Maria I morreu com dignidade. Ele a teria conhecido pessoalmente em algum momento durante as sete primeiras encarnações.
Registros históricos afirmam que as últimas palavras da “rainha deposta” foram de perdão aos seus executores, seguidas de uma oração a Deus.
“Em Suas mãos, entrego o meu espírito”, teria dito a rainha Maria, com as mesmas últimas palavras de Jesus ao morrer crucificado.
Enquanto isso, o reizinho da Escócia, James, crescia ouvindo histórias absurdas sobre a própria mãe, que só puderam ser desmentidas por historiadores vários séculos depois.
Ele cresceu como rei James VI da Escócia e, mais tarde, após a morte de Elizabeth I, assumiu ainda o reino da Inglaterra, passando a se chamar também rei James I da Inglaterra.
Agora faz mais sentido a Doutora ter tido aquele diálogo com o rei enquanto estava acorrentada. Procure rever essa cena assim que puder.
d) Caça às bruxas
Agora que sabemos a treta entre as rainhas, podemos voltar para o Rei James VI da Escócia e I da Inglaterra.
Aquela treta tinha sido baseada na afirmação de uma religião dominante no Reino Unido. É nesse contexto de identidade religiosa que James vai atuar.
Vale lembrar que, apesar de o rei Henrique VIII ter instaurado a nova religião, a filha dele que assumiu o trono antes de Elizabeth I, a rainha Maria I da Inglaterra (não confundir com a Maria I da Escócia, mãe de James), reverteu a decisão do pai e restabeleceu a religião do Papa. Quando Elizabeth assumiu o trono da falecida irmã mais velha, cortou de novo com Roma e reinstaurou a nova religião Anglicana do pai.
E James deu sequência.
Isso porque ele não foi criado pela mãe católica ortodoxa, mas sim por tutores protestantes, ou seja, alinhados com a nova religião anglicana defendida por Elizabeth I.
Na Escócia, James VI começou a perseguir “bruxas”, influenciado por essa prática já instaurada na Dinamarca. Na verdade, o rei órfão se encantou pelo assunto de bruxaria e começou a estudar bastante o tema.
Ele dizia que era preciso conhecer a magia do inimigo (Satanás) para poder combatê-lo. Era como parte do estudo teológico pessoal dele – um misto de chamado divino (religiosamente “inerente” ao cargo de rei) com hobby (gostar de meter o bedelho em assuntos que não compreende).
Ele até mesmo escreveu o famoso livro “Daemonologie” e também patrocinou traduções da nova Bíblia protestante para o Reino Unido. Inclusive, há suspeitas de que William Shakespeare tenha ajudado nas traduções. A Bíblia do Rei James, como ficou conhecida, também possuía verbetes escritos pelo próprio rei, com interpretações bem tendenciosas.
Por falar em Shakespeare, a caça as bruxas do Rei James serviu de inspiração para o bardo de Avon criar, no mundo real, a peça clássica “Macbeth” – o qual, por sua vez, serviu de inspiração para a trama do episódio “The Shakespeare Code” de Doctor Who.
Um ano depois de o 10º Doutor ter casado com a rainha Elizabeth I, James estava lá na Escócia, reinando e decretando a caça às bruxas. Traumatizado por várias tentativas de assassinato desde a infância por radicais católicos ortodoxos, James sentia-se constantemente ameaçado, inclusive por possíveis feitiços de bruxas.
Quando assumiu a Inglaterra, já havia várias leis que criminalizavam a bruxaria (nem que fosse só por suspeita). Apesar de a Doutora ter mandado James parar com essa caça e matança de mulheres inocentes, a prática continuou por muitas décadas ainda, até ainda depois com outros reis.
2) Cristianismo em Doctor Who
O cristianismo tem sido um ponto polêmico em Doctor Who há gerações. Poucas vezes o Doutor menciona Jesus Cristo como uma personagem histórica, passível de ser encontrada em suas viagens no tempo com a TARDIS.
Em outras palavras, não sabemos qual a opinião do Doutor (ou da série) sobre a fé cristã. Seria Jesus um ser humano pacificador, um visitante alienígena ou o Filho de Deus, etc.
O que sabemos é que, de fato, Jesus está no universo de Doctor Who e que o Doutor já o teria visto pessoalmente. Lembram quando o 12º mencionou para Bill que “a história costuma ‘branquear’ Jesus”? Foi mais ou menos isso que aconteceu no episódio “Thin Ice”:
Da mesma forma, no Universo Expandido de Doctor Who também tivemos algumas referências, mas a natureza de Jesus sempre foi um mistério.
Porém, o que fica no ar é qual o posicionamento de Doctor Who sobre os dogmas da religião cristã. Mesmo quando o 10º Doutor conheceu o corpo de Satã, ele duvidou de que realmente fosse Satã ali.
Por fim, o episódio concluiu em supor que fosse um grande alienígena mais antigo que o próprio tempo, capaz de emanar medo e maldade por todo universo, criando assim os mitos de Satã, dentre outros para várias religiões diferentes. O Universo Expandido deu continuidade a essa trama, também conferindo uma natureza alienígena ao titã aprisionado.
E a ideia de Satã reaparece em “The Witchfinders”, mencionado quase 40 vezes ao longo de todo episódio. Confira um resumo feito por fã:
A Doutora, o tempo todo, nega a possibilidade de que as causas das anomalias no vilarejo realmente sejam alguma “obra de Satã”.
Quando a Bíblia do Rei James é citada, no versículo…
“Não deixarás viver as feiticeiras” (Êxodo 22:18, King James Bible)
…a Doutora logo complementa que, no Novo Testamento, está a melhor sequência:
“Amarás o teu próximo” [como a ti mesmo]. (Marcos 12:32, King James Bible)
Portanto, a Doutora revela que, além de já ter conhecido Jesus, também conhece bem a Bíblia e a mensagem do Cristianismo.
Para a audiência, é óbvio que o Doutor/a Doutora certamente já deveria conhecer isso, uma vez que o Cristianismo é um dos eventos mais importantes na história social dos seres humanos.
No entanto, a polêmica é que, até agora, não vimos nada diretamente relacionado a isso na série televisiva. Em outras palavras, este era um assunto tão ignorado quanto o Reino Unido desconhecer a série “Doctor Who” no universo de Doctor Who. Exceto pelo Universo Expandido, o qual, poucas vezes, menciona um Jesus histórico (e a série dentro da série).
Porém, “The Witchfinders” relembra que Jesus e a mensagem dele não só existem no universo de Doctor Who como também a Doutora está bem ciente deles.
Quem sabe agora um dia teremos um especial de Natal aos pés da manjedoura em Belém?
3) A “verdadeira face” do Rei James
Se você acompanha minhas reviews aqui no Universo Who, sabe que eu comento bastante sobre a simbologia da linguagem cinematográfica usada nos episódios. E em “The Witchfinders” não é diferente.
Assim, o que mais me chamou a atenção foi o duplo sentido da máscara usada pelo Rei James nas primeiras cenas dele.
- O primeiro sentido é o literal, ou seja, aquilo que está explícito nos diálogos: por uma questão de segurança pessoal, o rei viaja disfarçado, mascarado, para tentar não chamar tanta atenção.
- O segundo sentido é que essa cena vem justamente logo após a Doutora falar “Isso é o que o rei James gostaria”. Dessa forma, ela queria dizer que a intenção do rei era benevolente, de misericórdia. Porém, o rei entra e anuncia que não: ele realmente quer caçar e matar as bruxas.
Em outras palavras, este era o rei James mostrando sua “verdadeira face”. Coincidentemente, a entrada triunfal do rei revela ele “tirando a máscara”, nesse sentido de mostrar que havia uma real intenção por trás daquela pregada na Bíblia dele.
O homem por trás da máscara é o mesmo homem por trás do “título” de rei: um ser humano com medo, assustado, rejeitado e desesperado por segurança, lutando com um trauma de rejeição.
E é nesse contexto que temos um dos pontos mais altos do episódio, o diálogo entre a Doutora e o Rei James. Nessa cena, ela revela saber muito sobre o passado de James, da mãe dele e de muitos outros mistérios – inclusive os do coração.
Aqui, temos o discurso mais bonito e verdadeiro do episódio e quiçá da temporada inteira:
Você não pode continuar machucando as pessoas só porque você tem medo de encarar a escuridão dentro de si. Você tem que ser melhor que isso. Eu sei disso porque nós somos todos iguais. Queremos certeza, segurança, acreditar que as pessoas são más ou heroicas, mas não é assim que as pessoas são. Você quer saber os segredos da existência? Comece pelos mistérios do coração. Eu posso lhe mostrar tudo se você parar de ter medo do que não compreende. Se você confiar em mim…
Esse foi o verdadeiro “Confie em mim, eu sou o Doutor” da Doutora de Jodie Whittaker. Aqui ela começa a sagrar-se como “The Doctor”, mais do que jamais foi desde que regenerou nessa nova forma.
Infelizmente, o coração do rei estava duro demais para essas palavras o sensibilizarem. E a Doutora foi a julgamento por bruxaria.
4) Finalmente a Doutora enfrenta o machismo
Boa parte da audiência de Doctor Who desacreditou que a mudança de gênero do Doutor conseguiria ser algo diferente do que fazer piadinhas sobre um homem experimentando ser uma mulher.
Ledo engano. Desde que descobriu seu novo gênero, a Doutora praticamente ignorou essa característica por completo. Pouquíssimas vezes tivemos alguma referência a isso. Mudar de gênero foi tão “comum” quanto mudar a cor do cabelo.
Talvez nosso(a) Doctor se surpreenda muito mais quando finalmente for ruivo(a).
Porém, a coisa fica diferente em “The Witchfinders”. O mais bacana é que não foi simplesmente piadas ou trocadilhos lançados aleatoriamente: a história realmente exigia isso. Assim como em “Rosa” era necessário expor o racismo, no episódio desta semana também foi necessário expor a misoginia.
A caça às bruxas foi um evento cruel da história inextinguivelmente associado à perseguição às mulheres. Isso porque os homens foram apenas 25% aproximadamente do total de acusações registrados pela história durante os principais séculos de perseguição social e religiosa à feitiçaria.
Dessa forma, uma trama sobre caça às bruxas não poderia ignorar o fato histórico de uma sociedade político-religiosa severamente machista e injusta.
Para debatermos sobre isso, precisamos falar sobre alguns personagens-chave para este mote.
a) Becka Savage
Becka Savage (Siobhan Finneran) veio do povão. Pobre, foi criada pela avó “Mãe Twiston”, assim como a prima Willa (Tilly Steele). No entanto, Becka casou-se com um nobre, líder do vilarejo Bilehurst Cragg, na antiga Lancashire do século 17.
Assim, ao enviuvar, Becka lutou para herdar o controle sobre a vila, superando o fato de ser uma mulher sozinha. A personalidade durona e o título de nobreza a ajudaram a exercer (e manter) a árdua liderança sobre o vilarejo. A competência dela foi tamanha que ganhou a confiança do próprio rei James.
Becka abertamente perseguia as mulheres do vilarejo e ainda se posicionava contra elas em geral, sem medo de condená-las à morte injustamente.
Ao encontrar-se com a Doutora, submeteu-se à “hierarquia” da nossa Time Lady, achando que estava sob uma autoridade da Coroa. Ela ainda compartilhou como tem sido difícil manter a ordem e a “pureza espiritual” do vilarejo sendo “apenas” uma mulher. Becka não desconfiou que uma mulher, a Doutora, pudesse ser uma General.
b) Rei James (de novo)
Porém, o rei James sim. O papel psíquico indicou à majestade que a Doutora era, na verdade, “assistente” do general.
Além disso, instintivamente supôs que Graham O’Brien (Bradley Walsh), homem branco e de mais idade, fosse o verdadeiro general da inquisição real. James descartou que o jovem Ryan pudesse ser o tal líder, provavelmente pelo aspecto racial, já que pressupôs que Ryan fosse Núbio, ou seja, natural de uma região africana chamada Núbia, próxima ao Egito conhecida por abrigar uma população negra nativa.
Para se safar, a Doutora precisou reinventar o disfarce e então posicionou-se como “especialista em espionagem”…
Mas a reação do rei foi aquele sexismo de dar raiva…
c) A própria Doutora
Foi então que nosso “até então Doutor” precisou enfrentar a misoginia. Enquanto era homem, já havia se posicionado a favor das mulheres, como em “Idiot’s Lantern”.
Agora, como mulher, a Doutora se refere às mulheres como “nós”.
“São tempos difíceis para as mulheres. Se nós não estamos sendo afogadas, estão nos inferiorizando até a morte.”
E a união faz a força. Além disso, foi impossível não se comparar com quando era mais fácil ser homem nessas situações:
Honestamente, se eu ainda fosse um cara, eu poderia continuar com meu trabalho e não ter que perder tempo me defendendo.
Finalmente, a regeneração está completa.
5) Rei e Rainha Morax presos na Terra
Quando nós achávamos que o episódio já tinha apresentado todos os elementos necessários para acabar, fomos apresentados ao grande clímax: o segredo de Becka.
E não era qualquer segredo, era a introdução de uma nova espécia alienígena vilã em Doctor Who.
Mais que isso, fomos mostrados que, por debaixo da pele de religiosa santa, Becka ocultava um monstro, o qual, por fim a destruiu por completo – de dentro para fora. Uma simbologia representando toda monstruosidade que ela escondia sob sua personalidade cruel e hipócrita.
Aos 45 minutos do segundo tempo (quase que literalmente), nos momentos finais do episódio, a audiência teve que digerir muito rapidamente todo um conceito novo de sociedade alienígena: os feiosos Morax.
Uma monarquia espacial, com rei, rainha e súditos, todos aprisionados na Terra por crimes de guerra há milhares ou milhões de anos, em uma época em que o planeta ainda era deserto e sem perspectiva.
A nave-prisão alienígena teria sido o disfarce perfeito, não fosse o fato de a tecnologia deteriorar-se com o tempo e a Terra ser povoada.
Infelizmente, não deu tempo de conhecermos os Morax corretamente: não sabemos quais foram seus crimes de guerra, qual espécie ou instituição os aprisionou na Terra, nem nada que revelasse a natureza desses novos vilões.
Na verdade, o episódio (de novo) não precisava deles, assim como “Demons of the Punjab” não precisava das Thijarians. A infecção poderia ser por qualquer vírus alienígena ou até mesmo terráqueo, que a justificativa para a trama continua intacta. Qualquer infecção desconhecida para o século 17 poderia ter instigado Becka a recorrer ao fanatismo religioso para explicar o desconhecido, inclusive levando-a a caçar e matar supostas aliadas de Lúcifer.
A não ser que tenhamos um retorno dos Morax no episódio final da temporada (o que eu sinceramente duvido), essa espécie foi desnecessária para “The Witchfinders”. Na minha opinião, os vilões continuam sendo os humanos Becka e, até certo ponto, o rei James.
A ignorância, covardia e crueldade no coração dos seres humanos foram os verdadeiros vilões aqui.
6) Muito mais em nosso Podcast #35
Apesar de esse review ser enorme, você ainda pode analisar muito mais com a gente no nosso podcast.
Jessica Laise, Rafael do Tab e eu, Djonatha Geremias, debatemos sobre “The Witchfinders” por mais de uma hora, nesse podcast especial para você.
Para ouvir, acesse nossa página por este link: UWPodcast – #35 – The Witchfinders.
E para acessar nossas outras reviews desta temporada, acesse: Reviews do Universo Who.
Lembre-se de deixar seu comentário abaixo com sua opinião sobre este episódio!
Um abraço! Allons-y!
Texto: Djonatha Geremias (Universo Who)
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