Review – Before the Flood

[SPOILERS]

Eu tenho certeza de que quando o episódio começou, muita gente ficou sem entender o que estava acontecendo. Eu esperava a continuação de Under the Lake e o Doutor começou a falar comigo sobre Beethoven. Sim, ele estava MESMO conversando com a gente! Já foi comentado aqui no Universo Who sobre a queda da quarta parede no início de Before the Flood, que seria um momento em que não existe uma tela nos separando da TARDIS. Foi como se cada pessoa que viu o episódio, por dois minutos, tivesse se tornado um companion. Ele explica que ninguém conhecia Beethoven, nem ele próprio sabia quem era, mas copiou a 5ª Sinfonia que o Doutor o pediu para autografar (Doutor, o primeiro dono de Fã Clube de Ludwig van da história). Agora, sabendo que Beethoven não tinha ideia de quem era e sendo assim não teria composto sua obra, quem teria a criado? Acho que ficou claro.

Ele então pega a guitarra e faz sua própria versão da música de abertura. Ok, depois desse momento lindo, voltamos para o enredo da história.

O Doutor volta para o local onde a nave pousou antes da inundação, na época da Guerra Fria. Ele encontra Prentis, o fantasma da cartola, o primeiro que apareceu na base submarina. Lembrando: ele veio do planeta Tivoli, o mais invadido da Galáxia. Prentis é dono da nave funerária que carrega o Rei Pescador, que tomou seu planeta por 10 anos. Se notarem muito bem, o Tivoleano é uma espécie de Ood mais consciente de sua escravização e aparentemente mais feliz sobre ela. Enquanto isso na base, Clara descobre que o fantasma do Doctor está repetindo os nomes da tripulação. Isso seria uma teoria, a ordem em que eles morrerão. Depois que ele diz não poder alterar a história para salvá-la, ela começa uma DR, convencendo-o a mudar toda a história para que ela continue viva. Típico de Clara. E ele obedece. 

Começa então uma novela dentro do episódio. Prentis morre. O Rei Pescador some. As coordenadas aparecem. O’Donnell, a fangirl que representa todo o fandom no episódio, também morre. Ela foi uma das melhores partes da história e foi muito legal vê-la surtando por ter viajado na TARDIS (levantem as mãos quem faria a mesma coisa). O Doutor tenta voltar para a base no tempo atual para salvar Clara, mas não consegue porque se prende em sua própria linha do tempo. Acontece, né?

O Doutor resolve se encontrar com o Rei Pescador, que explica que precisa dos transmissores para trazer sua espécie para a Terra e escravizar os humanos (como fizeram com os habitantes do planeta Tivoli). O Doutor começa a dar todo o discurso emocionante de sempre que deixa a gente super esperançoso e engana o Rei. No fim, descobrimos que quem causou a inundação foi o próprio Doutor e também entendemos o porquê da quebra da quarta parede no começo do episódio. Ele foi o responsável por fazer a história acontecer dessa forma desde o princípio e estava nos dando a resposta. Explica também, em entrelinhas, o que é um Paradoxo Bootstrap (é um paradoxo da viagem no tempo em que as informações ou objetos podem existir sem ter sido criado. De nada), o que faz bastante coerência.

Ah, e o que era aquela lista que o Doutor repetia? Era apenas uma mensagem para ele mesmo, motivando-o a salvar a Clara por ela ser a próxima da lista. Sweet.

Ainda bem que a história conseguiu continuar da forma como começou, intrigante. Foi um ótimo episódio duplo e o fim do mistério foi excelente. O diálogo entre Doutor/espectador foi uma jogada muito boa que já conseguiu manter o ânimo desde os primeiros segundos do episódio. E, como foi dito na resenha de Under the Lake, histórias em que existem mais personagens envolvidos no mistério são muito mais empolgantes e nos apresenta pessoas incríveis. E para quem está querendo a volta da chave de fenda sônica vai ter de esperar por mais um tempo, parece que os óculos continuarão entre nós.

 

 

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