Voltamos! Quero começar pedindo desculpas por não termos feito review dos episódios das duas últimas semanas, mas devido aos problemas técnicos que enfrentamos com o site nesse período, perdemos o timing. O importante é que estamos de volta para falar (sem dar spoilers) sobre o sexto episódio da temporada, chamado de “Detained” (detidos) – na minha opinião, um dos mais bem escritos até o momento.
Agora que a primeira temporada se aproxima do final, temos um episódio que não foca exatamente em nenhum dos personagens, mas traz uma situação em que a turma está quase toda reunida e vai precisar lidar com as particularidades de cada um pra escapar da ameaça da vez. É o primeiro episódio da série que acontece em um só cenário (recurso que já foi utilizado algumas vezes em Doctor Who), o que deixa uma responsabilidade grande para o roteiro, com risco de tornar a história monótona. E um dos grandes êxitos desse episódio foi vencer esse desafio de forma competente, transformando o desconforto de ficar preso em um lugar em um elemento coerente no enredo.
A história começa quando Miss Quill (com intenções que serão melhor tratadas no episódio 01×07) deixa Charlie, April, Tanya, Matteusz e Ram em detenção, trancados em sua sala de aula. Mas o que deveria ser apenas uma hora entediante se transforma em mais uma luta pela vida quando um asteroide colide com a fenda temporal aberta na escola e um pequeno pedaço dele atravessa, atingindo exatamente a sala em que eles estão. Depois disso, é como se a sala tivesse sido transportada para o nada: a vista das janelas e da porta se torna completamente escura e é como se aquele espaço fosse a única coisa que existisse. Pra completar o desespero da situação, o meteorito continua ali e, de emissão de radiação a invasão alienígena, ninguém sabe que perigos eles pode oferecer.
Enquanto Charlie precisa lidar com sua claustrofobia, os outros começam a sentir uma irritação além do normal, o que acaba aflorando conflitos entre todos. Essas diferenças ficam ainda piores quando Matteusz tenta se livrar da rocha e acaba descobrindo que ela causa efeitos estranhos em quem a toca: primeiro fazendo com que a pessoa reviva uma lembrança de um momento em que teve que ser muito franca e depois sendo forçada a dizer uma verdade desconfortável. Apesar dos “efeitos colaterais”, Tanya convence o grupo de que podem descobrir uma pista sobre como sair dali através da pedra e os outros acabam tendo que passar pela experiência, fazendo revelações que não vão ajudar a melhorar o humor entre o grupo.
Devido à própria natureza do adversário, não dá pra esperar cenas de luta e correria, mas nem de longe isso atrapalha a dinâmica do episódio. Todas as incertezas sobre o problema com o qual estão lidando e o fato de que não há nenhum outro elemento que nos permita desvendar o mistério antes dos próprios personagens o fazê-lo ajudam o público a entrar no mesmo clima tenso que o grupo está enfrentando. A história aposta em conflitos psicológicos e tem como resultado um clímax menos óbvio, um tanto mais sofisticado que alguns anteriores. E quando pensamos que está tudo muito bem, surge Miss Quill de volta à sala com um prelúdio de que as coisas podem ficar mais difíceis para eles nos próximos episódios.
Já sabemos que a próxima história a ser contada trata exatamente do que a professora estava fazendo enquanto os adolescentes estavam presos e, sendo o penúltimo da temporada, também deve nos dar pistas da season finale. Nos resta esperar e torcer para que o nível da trama, que vem melhorando continuamente, permaneça avançando.
Você pode encontrar o episódio através deste link.
Jornalista apaixonada por histórias e personagens fictícios, principalmente se eles viajarem pelo espaço a bordo de uma cabine azul.