Review: The Devil’s Chord

Após um começo de temporada que dividiu opiniões, estamos de volta com o segundo episódio da décima quarta temporada regular de Doctor Who. Sobre The Devil’s Chord? Jinkx Monsoon. Jinkx Monsoon? Isso, Jinkx Monsoon.

Em The Devil’s Chord (O Som do Diabo), Doutor e Ruby conhecem Os Beatles, mas terminam em uma batalha contra a entidade Maestro.

Caso você não tenha assistido o episódio, aconselho assistir e voltar depois, pois essa não é uma review livre de spoilers e alguns pontos do enredo serão discutidos.

Se você pudesse viajar para qualquer lugar do tempo e espaço, para onde iria? Mostrando ser gente como a gente, Ruby Sunday escolhe vijar no tempo para assistir a gravação do primeiro álbum dos Beatles, lá em 1963. Eu, pessoalmente, iria para Paris em 2008 assistir a turnê Volta, da Björk. Cada um com o seu cada um.

Materializando num dos pontos turísticos mais conhecidos da cultura pop, que inclusive já foi usado para um ensaio fotográfico de Peter Capaldi e Jenna Coleman, Doutor e Ruby seguem para o estúdio que mais tarde ficou conhecido como Abbey Road. O que era para ser uma experiência de tietagem acaba perdendo o brilho, uma vez que as músicas tão conhecidas estão meio… fora de tom. E de melodia. Sem nem comentar sobre as letras.

Partindo para a abordagem de “dividir e conquistar”, Ruby tenta descobrir o que está acontecendo numa conversa com John Lennon, enquanto o Décimo Quinto fica encarregado de questionar McCartney.

Com uma pausa prolongada na senhorinha da cafeteria, e após a ajuda do fandom, descobrimos que ela é interpretada pela atriz Susan Twist que, aqui em The Devil’s Chord, apareceu mais uma vez. Quem é Susan Twist, por que ela aparece tantas vezes em episódios diferentes? Após investigações, descobrimos que ela está dando as caras desde o especial Wild Blue Yonder (2023). A resposta para essa e outras perguntas promete ficar para o final da temporada.

Entretanto, o que descobrimos agora é que existe uma aversão à música no universo. Apurando um pouco mais a fundo, Doutor e Ruby acidentalmente conjuram Maestro. Maestro, que por acaso descende do Toymaker, é interpretado pela brilhante atriz, cantora, comediante e drag queen Jinkx Monsoon. Jinkx entrega, fácil, uma das melhores performances já vistas na série.

Fazendo justiça ao nome, o Doutor usa uma nova funcionalidade da chave de fenda sônica para anular os sons e, assim, despistar Maestro e conseguir fugir com Ruby. Num diálogo rápido dentro da TARDIS, descobrimos que se passaram cerca de seis meses entre o primeiro episódio, Space Babies (2024), e The Devil’s Chord.

Percebemos, também, que desde The Giggle (2023) o universo está operando sob novas regras. Com a introdução de Maestro, aprendemos que esses seres tão poderosos quanto deuses estão visitando nossa realidade.

Ao fugirem para o presente na tentativa de escapar de Maestro, Ruby e o Doutor descobrem que não há um futuro para qual fugir. Sem música, as pessoas perderam muito da empatia que nos faz humanos e fomos entregues à um caos generalizado – que faz parte dos planos de Maestro.

Sem futuro para fugir, Doutor e Ruby voltam para 1963 e precisam salvar o mundo das notas de Maestro.

Ainda mais importante que a pergunta feita acima sobre Susan Twist talvez seja: quem, ou o que, é Ruby Sunday? Por que ela tem uma música dentro de si? Essas respostas também só teremos mais para o final da temporada.

Eu não sou tão entendido de música, mas fontes seguras, também conhecidas como uma pessoa estranha no twitter, comentou que o acorde responsável por banir Maestro, é o acorde que final da música A Day in The Life, dos Beatles. Ter um música dos Beatles na trilha sonora de qualquer seriado, ou filme, é muito caro. Porém, já que não foi possível ter nada mais concreto, gostei dessa ligação feita para fechar a presença dos personagens de Paul McCartney e John Lennon.

Antes de terminar, gostaria de deixar uma fala do ator Andrew Scott para a Esquire’s Summer que resume bem o sentimento do episódio: “Eu acho profundamente comovente que adultos vão para lugares escuros e dizem para si mesmos ‘Eu sei que é faz-de-conta, mas eu não me importo: me conte uma história’. E eles suspiram e choram, ou eles rolam de rir. Eu, de verdade, acredito nas Artes como uma necessidade humana. Não é nada trivial. É uma necessidade.”

Nos vemos por aí no tempo e espaço. Até a próxima.

Escrito por: Gustavo França.

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