Uma desacelerada necessária antes do fim?
“The Eaters Of Light” é um episódio que vem como um quebra molas para a temporada que, próxima ao seu fim, entrega um episódio de ritmo lento e que pode não agradar a todos. Um episódio mais lento não é sinônimo de qualidade inferior, porém nesse caso podemos ver claramente que o ritmo lento prejudicou um pouco a imersão no episódio e nas questões apresentadas por ele, mas não é uma perda de tempo total.
Como há muito não viamos no show, temos um episódio sobre um evento histórico que supostamente teve influência do Doutor para sua condução e/ou preencher uma lacuna de algum evento. Dessa vez temos o sumiço da Nona Legião, que foi o ponto de partida para o episódio visto que Bill e Doctor discordavam sobre o possível destino da Legião. e obviamente porque não usar a TARDIS para provar quem estava certo?
O episódio separa Bill do Doutor e Nardole. Enquanto ela finalmente acha a Nona Legião, o Doutor se depara com os nativos de Abeerden que aparentemente foram os responsáveis por dizimarem os soldados romanos. O interessante dessa divisão é que podemos contemplar a Bill, mais uma vez, como uma personagem única e muito atenta ao que acontece ao seu redor. Ao se deparar com um romano, ela consegue deduzir que a TARDIS tem um sistema de tradução que consegue fazer com que ambos se entendam. É maravilhoso demais ver como a Bill se desenvolveu e se tornou uma companion marcante em apenas 10 episódios, e é muito triste considerar a hipótese de que essa seja apenas a única temporada. Queremos mais de Bill, precisamos mais de Bill, mesmo que isso entre naquele pensamento conflitante de que todo novo showrunner precisa começar do Zero em Doctor Who, começar a sua própria era.
O Doutor fica com a outra parte da história ao encontrar com os escoceses e então descobrirem que foram eles sim, em especial sua lider Kar, que liberou um monstro comedor de Luz para que derrotasse o exército romano. A grande questão era que esse monstro havia saido do controle e ameaçava destruir não só o exército Romano. A grande questão foi a união dos dois grupos por uma causa em comum e que, graças ao sistema de tradução da TARDIS e ao Doutor, a barreira da lingua foi quebrada e num exemplo de Torre de Babel reverso, conseguiram se unir. Em ambos os lados viamos jovens pressionados pela guerra/invasão e forçados a lutar por sua própria sobrevivencia e quando isso se torna um fator comum a ambos, fica fácil para eles, em união, decidirem entrar no portal e impedir que os comedores de luzes retornem para esse mundo. Bill mais uma vez dá um show, impedindo que o Doutor se arrisque dizendo que aquele não era o momento dele ser corajoso e que o mundo, universo precisa dele, forçando-o a deixar que os Romanos e Picts salvem o dia.
A parte mais importante do episódio é com certeza a aparição de Missy que demonstra mais uma vez um arrependimento de todas as suas ações, o que leva o Doutor a questionar se não está na hora de voltarem a serem amigos. O ápice dessa relação com certeza será trabalhado no finale e finalmente teremos a resposta se as lágrimas de Missy são de crocodilo ou não.
O episódio foi simples e talvez valesse mais tê-lo posto no começo da temporada e não as portas do finale. Não foi terrivel, mas com certeza não é um episódio que iremos lembrar dessa temporada. Mas, semana que vem os Cyberman de Mondas e John Simm estarão de volta, então guardem seus fôlegos porque esse finale promete.
Publicações feitas por colaboradores que em algum momento fizeram parte da história deste site desde 2009, mas que não mais fazem parte do projeto.