Review Clássica: arco 017 – The Time Meddler

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Com The Time Meddler, chegamos ao fim da segunda temporada da série clássica. E antes de assistir, me veio a dúvida: será que naquele tempo já existia a preocupação em fazer algo bem especial nas season finales?  Confesso que continuo sem saber bem como eles pensavam isso, mas o fato é que, embora esse arco não traga tudo que esperamos hoje em dia de um final de temporada, ele tem pontos muito importantes para o curso da história de Doctor Who. Aliás, aqui a ideia chave é bem essa: curso da história.

O primeiro acontecimento que merece destaque é a chegada de um novo (já não tão novo assim) companion. Com a saída de Bárbara e Ian no arco anterior, a série abre espaço para alguém se unir a Doctor e Vicki, e a vaga é preenchida por Steven Taylor (interpretado por Peter Purves), um piloto espacial terráqueo do século XXII que conheceu a turma no arco anterior e que retorna neste como sobrevivente da destruição da cidade de Mechanoid pelos Daleks, depois do quê ele se escondeu na TARDIS, sendo encontrado pela Vicki e o Doctor no primeiro episódio de The Time Meddler.

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O novo companion é um tanto descrente quanto ao poder da nave de viajar no tempo, o que, inicialmente, é apenas uma reação realista, afinal qualquer pessoa (exceto, talvez, um fã de Doctor Who)  ia ficar bem desconfiada com essa conversa. A descrença de Steven será posta à prova quando a nave se materializa no século XI, mas a aparição de alguns objetos muito modernos para este período deixa o piloto ainda mais desconfiado. O lugar em que eles estão é uma parte da Inglaterra que está prestes a sofrer a invasão viking que resultaria na Batalha de Hastings, um ponto muito importante da história do Reino Unido. Na verdade, fica bem claro que o principal objetivo do arco era relembrar a batalha e ensinar um pouco sobre o ocorrido para o público (lembrando que a ideia inicial da série era usar as viagens para ensinar sobre história e ciências).

Para explorar o lugar, o Doctor se separa dos dois companheiros e, depois de conhecer uma habitante da aldeia saxã onde estão, segue para um mosteiro próximo, que passou muito tempo desativado, mas agora as pessoas escutam cantoria vindo de lá todos os dias, embora vejam apenas um monge (que parece bem suspeito desde o início). Chegando ao mosteiro, o Doctor encontra uma vitrola e reage como se suas suspeitas tivessem sido confirmadas, mas antes que possa fazer qualquer coisa, é pego numa armadilha e preso pelo tal monge. E preciso dizer que, nesse momento, não consigo ignorar a voz do 11º Doctor na minha cabeça dizendo “monges não são legais!”.

Então, através de idas e vindas ao mosteiro, lutas entre aldeões e vikings e outras pequenas aventuras, descobrimos que o tal monge é na verdade outro Senhor do Tempo que vem viajando pela história humana interferindo aqui e ali, conforme a sua vontade. E dessa vez, ele quer alterar o desfecho da batalha, o que pode mudar toda a história da humanidade. O legal é que, com isso, o arco nos ensina sobre os riscos de tentar interferir no curso da história e, por tanto, o motivo de o Doctor não usar a TARDIS, por exemplo, para evitar tragédias ao longo da história da humanidade (embora nem fale em pontos fixos no tempo, que é um conceito que entrará bem depois no universo da série). Também é legal perceber que a história já dá pistas da ideia de que o tempo não é linear, mas está em constante transformação (como tentaria explicar o 10º Doctor no icônico Blink).

Não preciso soltar (mais) spoilers pra dizer que o “novo” time TARDIS consegue impedir os planos do monge maluco, mas, se você ficou curioso pra saber como isso acontece e se quiser ter o prazer de ver a primeira vez que o Doctor precisa enfrentar outro Senhor do Tempo da telinha, é só clicar aqui.

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