[Erros de Produção] Confira todas as falhas no episódio “10×01 – The Pilot”

Plantas que desaparecem, Doutor correndo para o lado errado, confira os erros de produção que escaparam da revisão final e foram parar nos episódios cânones da 10ª temporada de Doctor Who, começando a série neste artigo pelas falhas do episódio “10×01 – The Pilot”.

Não estamos falando aqui de descontinuidade na história, nem de nós mal amarrados nos roteiros… Este artigo é um compilado dos erros de filmagem que realmente foram ao ar. Ao contrário dos chamados “bloopers” (que são erros de gravação deletados, ou seja, que ficam de fora do corte final), esses aqui escaparam da vista dos produtores, mas não da vista dos fãs do mundo inteiro.

Será que você já tinha visto algum desses? Faça o teste!

Elencamos abaixo os erros cena por cena! Alguns encontramos em fóruns de fãs, outros encontramos em páginas especializadas sobre erros de filmagem, e alguns são inéditos, descobertos unicamente pela nossa equipe! Esse artigo também é exclusivo do Universo Who para você! E se você encontrou algum que não listamos aqui, deixe seu comentário para a gente checar!

10×01 – The Pilot

1 – “T” de TARDIS

Uma das cenas mais legais do episódio inicial é quando o Doutor nos ensina o que significam as iniciais da TARDIS (“Time And Relative Dimensions In Space” – e sim, decore isso). Porém, quando ele vai escrever isso no quadro, vemos ele escrevendo a letra T rapidamente, com o risco do T para cima. Confira:

Enquanto a cena corre, sabemos que o Doutor continua escrevendo no quadro porque ouvimos o som do giz, à medida que ele enuncia o significado da Tardis. No entanto, quando a cena volta para vermos o que ele escreveu, a caligrafia do “T” está diferente. Confira:

Podemos dizer que, em algum momento, ele poderia ter apagado e escrito novamente (e acreditar nisso já seria uma questão de fé), mas não é o que os produtores nos contaram por meio daquela sequência de cenas.

 

2 – “Um Pinguim com Fogo no Rabo”

Usando a expressão da própria Bill, há um momento em que o Doutor sai correndo como se fosse “um pinguim com fogo no rabo” (certamente o 1º Doutor daria umas palmadas no traseiro de Bill ao ouvir isso). Esta cena é para ser algo surpreendente para a audiência. Vemos Bill ser surpreendida pela velocidade do Doutor, mas, apesar de o Doutor ser um caminhante da quarta dimensão, não sei se é possível ele correr em três dimensões dessa forma.

Confira o trajeto a que ela assiste pela janela:

O Doutor corre pela calçada, seguindo a trilha dos paralelepípedos das laterais. Todavia, na cena seguinte, nosso Time Lord favorito está correndo pela grama, em uma direção totalmente diferente da que vimos anteriormente. Em termos de continuidade, não faz sentido ele mudar de direção entre um quadro e outro, devido justamente à velocidade dele. Confira:

Além disso, vamos ignorar o fator “tempo” aqui. Certamente não daria tempo de o Doutor estar correndo lá embaixo, em relação ao movimento da cadeira girando, tampouco Bill teria tempo de descer tão rápido, após ficar olhando a cadeira por vários segundos, e ainda chegar lá embaixo gritando pelo Doutor, tendo ele corrido tão pouco em relação à cena que ela acabou de ver pela janela. “Timey wimey” ou erro de produção?

 

3 – O Reflexo na Poça

Algo que deixou muita gente confusa no primeiro episódio foi encarar a poça e tentar entender aquela imagem “invertida”, e se você não entendeu 100%, acalme-se porque a culpa não é sua: até os editores se confundiram na hora de editar a imagem.

É na cena em que o Doutor e Bill encaram a poça juntos que o erro acontece.

Rápida explicação: Um reflexo natural deveria deixar tudo que é do nosso lado direito ficar também do nosso lado direito, um de frente para o outro. A poça misteriosa, em tese, devia fazer o contrário (o que estivesse do nosso lado direito iria para o lado esquerdo no falso reflexo). É como se ligássemos a câmera do celular no modo “selfie” sem a função de espelhamento ligada, ou seja, se você jogasse a língua para o lado direito do rosto, você veria a sua língua indo para o lado esquerdo da tela.

O pessoal da pós-edição de imagem de The Pilot se esforçou para não se confundir nessa hora (e é por isso que aparece o reflexo do prédio atrás, para entendermos que algo ali está invertido). Porém, alguns detalhes saíram errado. Confira como são esses detalhes fora da poça, ou seja, em suas posições originais:

Agora, veja a posição em que eles estão na poça. O emblema “WOW” na jaqueta de Bill está invertido corretamente, afinal, é por meio dele que ela percebe que a poça está refletindo ao contrário. Porém, olhe a posição da camisa dela por baixo. Ela continua sendo refletida normalmente, com o lado preto para o lado esquerdo (correto, se fosse em um reflexo natural), ou seja, erro da poça ou erro da produção?

Lembrando que o “wow” de Bill foi alterado digitalmente na pós-produção. Se você olhar bem, verá que existe uma tentativa de borrão no lado esquerdo da poça, onde o emblema estava originalmente filmado.

O mesmo serve para o anel do Doutor. Na filmagem, vemos que ele está na mão esquerda dele, portanto, na poça alienígena, o anel deveria refletir do lado direito, mas ele reflete normalmente o lado esquerdo. Ou seja, dois erros em uma só cena.

 

4 – Uma Lente no Olho Dela

Heather sempre considerou seu olho estelar um “defeito”, embora muito charmoso. Ela pensou até em corrigir, provavelmente por meio de alguma cirurgia, mas bastaria ela tirar aquela lente de contato…

Aqui temos outro close no olho dela, na cena em que ela imita Bill à noite, antes de começar a perseguição pela TARDIS. Neste enquadramento, a borda da lente de contato está mais desfocada, mas ainda é possível ver o contraste dela.

Talvez um pouquinho de CGI aqui pudesse disfarçar, ainda mais sendo uma cena tão aproximada, seria relevante amenizar o contorno da lente…

 

5 – O Planeta do Futuro (Parte 1)

Este é descoberta nossa! Quando o Doutor vai para o futuro, fugindo da “moça da poça”, temos uma imagem em plano aberto do local. Muitas rochas, uma neblina e o rochedo ao fundo.

Este mesmo enquadramento de câmera foi repetido posteriormente. Porém, com mais elementos na cena, algumas plantas feitas em animação digital (CGI), assim como um esqueleto alienígena. Todos foram adicionados posteriormente, na pós-produção, mas esqueceram de adicionar esses elementos lá no primeiro quadro.

Há outros elementos estranhos, como um vapor e uma luz direta em um canto da rocha, mas estes podemos relevar porque poderiam ser, respectivamente um vapor que começou segundos depois e um reflexo solar que mudou de posição a tingiu aquela parede. Ainda assim, é estranho.

Não há nem como dizer que o ângulo da câmera está mais para trás, ou mais para frente, ou mais para o lado e que, por isso, não aparecia no primeiro quadro, porque o enquadramento é exatamente igual, milimetricamente idêntico. O suporte da câmera nem se mexeu, apenas a edição digital que errou.

 

6 – O Planeta do Futuro (Parte 2)

Essa aqui também é nossa! A mesma coisa aconteceu no outro plano aberto da mesma sequência de cenas. Este enquadramento pega a lateral da TARDIS, e podemos ver um novo lado do cenário. Porém, agora o erro está na estrutura das rochas ao fundo, próximo ao céu. Compare as duas cenas:

Na segunda aparição do mesmo enquadramento, a estrutura de rochas no canto superior esquerdo mudou drasticamente.

E de novo, não há como justificar que o ângulo é outro, porque se trata do mesmo ângulo de filmagem. Obviamente, a câmera não filmou essa estrutura de pedras de fundo porque ela foi incluída posteriormente, após ser criada de forma digital. Infelizmente, alguém errou…

Ai, ai, ai, “John Smith“! Mais atenção, amigo…

 

7 – Luz nas Janelinhas da Tardis

Ainda no planeta deserto do futuro, vemos uma sequência de “acende e apaga” a luz interna da TARDIS, por meio das janelinhas. Trata-se de outro erro de pós-produção, referente às animações em CGI.

Sempre que vemos a TARDIS de longe, há uma luz forte e branca que sai das janelinhas, que chega a brilhar para fora da cabine policial, mesmo não havendo nenhuma luz forte quando o Doutor abre a porta e sai. Confira:

Na cena seguinte, mais aproximada, a porta continua aberta, mas nenhuma luz sai das janelinhas. Podemos ver novamente o formato em “T” que o vitral compõe:

Então a cena se afasta, dessa vez por trás da cabine… e voilá! O brilho pelas janelas reacende nos fundos e na lateral da TARDIS:

E de volta para a frente… (compare a mesma lateral da TARDIS):

E não se trata de apenas uma difusão da imagem quando a vemos de longe, porque a seguir temos uma cena mais afastada da TARDIS, e as luzes não estão brilhantes, como vimos alternadamente:

Também sabemos que a TARDIS atual não é tão iluminada por dentro, ela tem uma iluminação baixa (ou como o Doutor original descreveu: como “um restaurante francês”). Portanto, não haveria justificativa para esse brilho todo.

 

De quem é a culpa?

De ninguém! Quando se trata de produzir uma série tão importante, que exige tantos detalhes, em um tempo extremamente apertado e orçamento baixo, é normal que haja pequenos erros de continuidade ou filmagem. Os erros elencados são mínimos e, sejamos francos, não estragam em nada a experiência da audiência. Nós nem havíamos percebido boa parte dessa lista (ou nadinha dela) até agora.

Lawrence Gough

Ainda assim, vale informar que o episódio “The Pilot”, que foi maravilhoso para um reinício da série, foi escrito pelo roteirista-chefe e então produtor-executivo Steven Moffat, dirigido pelo estreante na série Lawrence Gough (que também dirigiu o episódio seguinte, “Smile“) e produzido pelo veterano em Doctor Who Peter Bennett.

Peter Bennett

 

O que achou da nossa lista? Já tinha visto algum desses erros? Conhece algum outro que não mencionamos? Fale para nós nos comentários! Vamos checar e, quem sabe, adicionaremos a esta lista.

Texto: Djonatha Geremias (Universo Who)

Nos acompanhe e curta nosso conteúdo!